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OE2022. “Política excessivamente contracionista não é desejável”, diz presidente do Instituto de Políticas Públicas

A conferência ‘O Orçamento do Estado para 2022’, da qual o Jornal Económico foi media partner, decorreu esta manhã na Culturgest.
20 Maio 2022, 15h30

O Executivo de António Costa estará a seguir, com o Orçamento do Estado para este ano, uma estratégia de desvalorização interna da economia, sugeriu Paulo Trigo Pereira, presidente do “Institute of Public Policy – Lisbon”, uma opinião partilhada pelo deputado do PSD Joaquim Miranda Sarmento durante a conferência ‘O Orçamento do Estado para 2022’, da qual o Jornal Económico foi media partner, e que decorreu esta manhã na Culturgest.

Paulo Trigo Pereira afirmou que o Governo português ignora uma redução dos custos do trabalho na função pública, que tem um efeito na evolução no privado, para tornar a economia mais competitiva. “Será esta a política económica que este governo quer seguir?”, questionou perante a plateia.

Segundo Trigo Pereira, o OE2022 é consistente com estratégia de desvalorização interna, com a qual o dirigente não está de acordo, que passa pelo aumento da competitividade internacional através da redução de custos do trabalho.

O organismo liderado por Trigo Pereira considera que há uma subestimação das receitas fiscais em políticas invariantes, dado que nunca consegue executar os investimentos previstos. Com a sobrestimação da despesa, a subestimação das receitas e um crescimento do PIB provavelmente superior ao estimado, Trigo Pereira prevê que o “Governo vai ultrapassar a meta que 1,9%, o que é mau”.

Segundo Trigo Pereira, reduzir o peso da dívida é o caminho certo, colocando-se a “questão fundamental” de a que ritmo devemos ir nas contas certas tendo em conta que o OE tem um impacto macroeconómico.

Paulo Trigo Pereira entende que uma política excessivamente contracionista não é desejável.

Segundo Hélder Reis, assessor Económico do Presidente da República, olhando para o enquadramento macroeconómico, o país teve um crescimento económico robusto no primeiro trimestre.

Contudo, aludindo às previsões da Comissão Europeia, Hélder Reis considera que “não houve uma sincronização completa das evoluções interanuais dos vários países da Europa. Quando comparamos o nosso país com os outros, devemos compará-lo não apenas num ano, mas dois anos (ou mais)”, aludindo às previsões da Comissão Europeia.

“Temos um crescimento robusto e bom. As previsões que temos apontam para que o nosso OE esteja centrado”, continuou, apontando fenómenos em torno das incertezas da inflação, da guerra e da pandemia.

Por sua vez, Jamila Madeira, vice-presidente da bancada parlamentar do PS, sublinhou que o documento é uma “proposta fiel e leal com os compromissos assumidos pelo PS”.

O OE “deu ao país a estabilidade necessária para enfrentar com uma maioria absoluta, aqueles que são os tempos difíceis que a conjuntura nos revelam”, continuou.

De acordo com Jamila Madeira, o mesmo integra um conjunto de medidas para mitigar o choque geopolítico, apesar de o documento ter sido redigido antes da eclosão da guerra, numa lógica de “ambição e prudência”, que leva a que os pares europeus vejam o país como cumpridor”.

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