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Oferta de petróleo desajustada à procura leva à diminuição do preço do “ouro negro”

OPEC pressiona Arábia Saudita para ajustar a oferta da matéria prima à procura de forma a aumentar o preço do petróleo. No entanto, o presidente dos Estados Unidos já disse publicamente que não quer um aumento dos preços.
23 Novembro 2018, 18h08

O petróleo desvalorizou esta sexta-feira para mínimos de um ano com os dois principais preços de referência, o West Texas Intermediate (WTI) e o Brent, a valerem menos de 60 dólares, algo que não acontecia desde dezembro de 2017. Se até ao final deste mês a tendência de desvalorização do “ouro negro” se mantiver, novembro poderá registar a maior queda mensal desde 2014.

O WTI está a desvalorizar cerca de 6,5% para 51,09 dólares e o Brent a perder 5,53% para 59,14 dólares.

A queda dos preços de petróleo encontra explicação na lei da oferta e da procura, uma regra fundamental de economia. O mercado é um ponto de contacto entre a oferta (produtores) e a procura (consumidores) e estão sempre em tensão, o que tem implicações no preço de determinado bem. Assim, de acordo com a lei da oferta e da procura, o preço de determinado bem (ou serviço) aumenta quando existe pouca oferta, mas muita procura. Inversamente, o preço diminui quando existe muita oferta para pouca procura.

A produção do “ouro negro” aumentou este ano e a Agência Internacional da Energia (AIE) disse que os países que não integram o cartel da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) aumentaram a produção diária para 2,3 milhões de barris de petróleo. A AIE antecipa ainda que em 2019, a procura aumente para cerca de 1,3 milhões de barris por dia, desequilibrando o mercado, o que vai pressionar o preço desta matéria prima. Os produtores norte-americanos estão a contribuir para o aumento a produção de petróleo, fazendo a oferta crescer a um ritmo superior ao da procura.

A Arábia Saudita, o maior produtor mundial de petróleo e o líder de facto da OPEC, quer reduzir a produção diária de petróleo para reajustar a oferta à procura. Por isso, está a pressionar o cartel petrolífero para reduzir a produção em 1,4 milhões de barris por dia. A próxima reunião dos membros da OPEC está marcada para o próximo dia 6 de dezembro, em Viena, e se, a Arábia Saudita impuser a sua vontade, os preços do petróleo poderão subir a partir do próximo mês.

No entanto, a travar as pretensões do reino arábico, está o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump que, via Twitter, não quer que os preços do petróleo aumentem. Os analistas internacionais acreditam que Trump poderá estar a retirar margem à decisão da Arábia Saudita, que se sente pressionada.

 

 

 

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