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OGMA envia para o Brasil componentes do avião KC-390 da Embraer

A OGMA já investiu cerca de 35 milhões de euros nesta fase de desenvolvimento de produção de aeronaves em Alverca.
26 Julho 2017, 16h30

A OGMA iniciou a entrega dos componentes destinados ao segundo avião KC-390 de série da fabricante brasileira Embraer.

“Pouco mais de seis meses depois do envio dos componentes da primeira aeronave de série de um conjunto de 28, destinadas à Força Aérea Brasileira, a OGMA dá um novo contributo para que a aeronave de transporte multimissão concebida pela Embraer se torne uma realidade a partir de 2018”, sublinha um comunicado a que o Jornal Económico teve acesso.

Nas instalações da OGMA em Alverca são produzidos os 10 painéis que constituem a fuselagem central do avião, as carenagens do trem de aterragem (‘sponsons)’, assim como os painéis em compósito que formam o seu revestimento.

Segundo o comunicado da OGMA, o transporte destes componentes exige “uma operação de logística e de transporte excecional, com os componentes estruturais de maior envergadura a serem transportados em camiões especiais até ao porto de Lisboa, seguindo por via marítima rumo ao Brasil, com destino à fábrica da Embraer, localizada em Gavião Peixoto”.

Para Ana Isabel Fernandes, Chief Operations Officer (COO) da OGMA, “a entrega do segundo ‘kit’ de componentes para a produção em série do KC-390 espelha a competência técnica e humana da OGMA no domínio das aeroestruturas e sublinha o papel que vem desempenhando desde o arranque do projeto para que o KC-390 seja um marco incontornável no panorama aeronáutico internacional”.

Segundo a OGMA, este é um dos projetos mais ambiciosos da Embraer e tem Portugal como maior parceiro internacional.

“Presente desde a fase inicial de conceção da aeronave, a OGMA tem contribuído decisivamente para o sucesso desta aeronave, nomeadamente no desenvolvimento e gestão de uma cadeia de fornecimento sustentada, competitiva e flexível, preferencialmente nacional”, avança o referido comunicado da Brisa.

A empresa que reclama a liderança da indústria aeronáutica portuguesa tem a seu cargo o fabrico da fuselagem central, fabrico e montagem dos ‘sponsons’ direito e esquerdo (conjuntos com cerca de 12 metros de dimensão que compõem a carenagem do compartimento do trem de aterragem) bem como dos lemes de profundidade.

Estas peças são fabricadas em material compósito e ligas metálicas, assegura a OGMA.

Na fase de industrialização deste programa aeronáutico, a OGMA investiu 35 milhões de euros, dos quais se destaca a aquisição de uma rebitadora automática que permite a incorporação de automação nos processos de montagem e diminui o ciclo de produção.

O avião KC-390 é uma aeronave de transporte multimissão desenvolvida pela Embraer, preparada para responder às mais variadas missões, nomeadamente busca e salvamento, transporte e lançamento de cargas e tropas, combate a incêndios, reabastecimento em voo e evacuação médica, e para aterrar inclusive em pistas semi-preparadas.

Criada em 1918, a OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, S.A. assenta a sua atividade em duas áreas de negócio – manutenção, reparação e revisão geral de aeronaves e de motores e componentes de aviação comercial, executiva e de defesa, e fabrico de aeroestruturas para aeronaves civis e militares.

“Com uma localização privilegiada, junto a Lisboa, a OGMA conta com uma área superior a 400 mil metros quadrados, que inclui 10 hangares de manutenção, um moderno hangar de pintura, áreas de fabricação, uma área de manutenção de motores de grande dimensão devidamente equipada, múltiplas oficinas de apoio e uma pista de aterragem e descolagem com três mil metros de extensão”, esclarece o referido comunicado da OGMA.

A experiência da empresa é “atestada pelas diferentes entidades e fabricantes aeronáuticos, nomeadamente a Embraer, Rolls-Royce e a Lockheed Martin”.

Em fevereiro de 1994, a empresa tornou-se uma Sociedade Anónima (S.A.) e mudou a denominação, passando de as O.G.M.A. – Oficinas Gerais de Material Aeronáutico para a OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, S.A.

Desde a privatização, concretizada em 2005, a OGMA é detida em 65% pela Airholding SGPS (100% Embraer) e em 35% pela Empordef (100% Estado Português).

A empresa conta com mais de 1.700 trabalhadores e registou em 2016 um volume de negócios de 195,4 milhões de euros.

 

 

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