Oito em cada dez empresas (81%) têm de aceitar prazos de pagamento superiores aos desejados para poderem manter a sua carteira de clientes. O agravamento é especialmente significativo entre as grandes empresas: 40% das empresas veem-se obrigadas a aceitar uma extensão dos prazos de pagamento dos seus grandes clientes face aos 33% de há um ano, segundo a Crédito y Caución e Iberinform.
Mesmo assim, as PME são o segmento que apresenta pior comportamento: 46% veem-se obrigadas a aceitar uma extensão dos prazos de pagamento dos seus clientes de pequena ou média dimensão, quatro pontos mais que há um ano, de acordo com o inquérito de outono do Estudo de Gestão de Risco de Crédito em Portugal
A Crédito y Caución e a Iberinform informam ainda que 76% das empresas detetam problemas financeiros nos seus clientes. Assim, “apenas 43% das empresas trabalha com prazos de cobrança inferiores aos 60 dias previstos no Decreto-Lei n.º 62/2013 que transpõe a Diretiva Europeia de medidas de luta contra os atrasos de pagamento nas transações comerciais. O dado representa um agravamento de sete pontos percentuais em relação aos valores de há um ano”, lê-se no comunicado.
Quanto às razões que explicam a morosidade empresarial, o inquérito reflete um crescimento significativo (dez pontos) na falta de disponibilidade de fundos por parte dos clientes. Os problemas financeiros constituem a razão mais citada (76%), consideravelmente à frente do atraso intencional dos clientes (50%), da complexidade dos procedimentos de pagamento (14%), das disputas sobre a qualidade dos bens e serviços ou de erros na emissão de faturas (8% no total).