A crise financeira agitou os pilares base da indústria financeira levando-a de um período de calma e prosperidade relativas, para uma forte incerteza transversal.

À medida que as implicações do choque se vão dissipando e a banca se vai adaptando, emergem tendências que irão afetar os modelos de negócio bancário durante décadas:

1. Nacionalismo versus Globalismo: Novos desafios económicos podem levar nações a adotar abordagens protecionistas. A facilidade de entrada e saída de mercados, as estruturas de ownership e repatriação de fundos serão afetadas.
2. Capitalismo estatal: Apesar da arquitetura exata da regulamentação global permanecer por clarificar, o envolvimento do estado tanto na estruturação como nas operações contínuas da banca está a aumentar.
3. Fluxos do comércio internacional: A maior parte dos fluxos serão dentro de uma mesma região, os bancos globais terão de alavancar a experiência de parceiros relevantes nessas regiões.
4. Os países emergentes terão já emergido: Os bancos globais terão de ter a capacidade para competir nestes mercados, mantendo uma gestão prudente das necessidades e regulações locais.
5. Demografia – Uma geração mais velha e mais urbana: As previsões demográficas apontam para um aumento da população mundial, da esperança média de vida e da percentagem de população urbana. Os bancos do futuro terão de explorar oportunidades ao nível das ofertas de poupança e do suporte à gestão financeira das populações.
6. Relações com o cliente mais pessoais e de maior confiança: Os clientes bancários estão a tomar controlo das suas relações financeiras e esta tendência não deve alterar-se. Em 2030, os bancos de sucesso terão aprofundado as conexões pessoais com os seus clientes através de soluções de análise de dados que hoje poderão parecer futuristas
7. Novos mercados e modelos de pagamentos: A tecnologia está a mudar o segmento dos pagamentos a um ritmo extraordinário, incluindo aumento de competição de prestadores não bancos, procura por pagamentos instantâneos, baratos em qualquer lugar/hora e o maior foco na redução e controlo do risco sistémico devido à regulamentação pós-crise
8. Energia – o desafio à ordem atual: Os fatores políticos e ambientais que governam a indústria energética em combinação com as novas tecnologias requerem o desenvolvimento de produtos financeiros inovadores.

A maior incidência de choques políticos, económicos e financeiros, apesar de ameaçarem os modelos estabelecidos, não prejudica o desenvolvimento do setor que criará oportunidades de expansão e diversificação, em que agilidade, num sentido abrangente, será o fator crítico de sucesso.