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Associação Nacional de Médicos considera que Ómicron “irá provavelmente substituir” prevalência da Delta

Dada a informação escassa que existe sobre esta nova variante, o vice presidente da ANMSP recomenda “muita tranquilidade” e que se cumpram as regras que têm estado a vigorar ao longo da pandemia. “Para já tem um foco muito especifico desta doença e não é um sinal de total preocupação”, referiu o responsável ao JE.
30 Novembro 2021, 08h30

O vice-presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP) considera que a mais recente variante poderá vir a substituir a Delta, que com o passar do tempo tornou-se predominante em Portugal e no mundo.

A Ómicron, a nova variante da Covid-19 descoberta pela primeira vez na África do Sul e considerada pela Organização Mundial de Saúde como uma de “preocupação”,  rapidamente ganhou terreno e já está presente em 15 países, um deles em Portugal.

“Nós consideramos que esta variante é algo que nos preocupa e que nos mantém muito atentos para perceber a real dimensão do impacto que pode vir a ter exatamente porque conhecemos ainda bastante pouco desta variante”, admitiu Gustavo Tato Borges, em entrevista ao Jornal Económico (JE).

Apesar da limitada informação que existe sobre a Ómicron, o vice-presidente da ANMSP confessou que “esta é uma variante que irá provavelmente substituir a Delta no panorama epidemiológico mundial se não for possível fazer nada concertado a nível global para impedir a sua disseminação”. Até ao momento, em Portugal, foram detetados 13 casos da Ómicron. 

Apesar da comparação à Delta pela rápida propagação, por esclarecer ainda estão questões como: se vai ser “capaz de fugir à imunidade criada pela vacinação” e qual “o real impacto desta variante na realidade epidemiológica mundial”, explicou Gustavo Tato Borges

“Para já tem um foco muito especifico desta doença e não é um sinal de total preocupação”, sublinhou o representante da ANMSP, acrescentando que “quando aparecem novas variantes com mais mutação, normalmente refletem uma melhor adaptação à realidade epidemiológica local e portanto têm maior capacidade de transmissão e possivelmente capacidade de iludir a proteção das vacinas”.

No entanto, sendo que ainda não existe muita informação sobre a Ómicron, a ANMSP recomenda “muita tranquilidade” e que se cumpram as regras que têm estado a vigorar ao longo da pandemia.

“Foco nas medidas de prevenção de contágio como são o uso da máscara, desinfeção das mãos e distanciamento físico, que são medidas universais para qualquer variante e uma investigação muito apertada dos casos que possam ser suspeitos de ser da Omicron”, destacou Gustavo Tato Borges.

Na passada sexta-feira, a OMS considerou esta nova estirpe como uma “variante de preocupação” por ter “um grande número de mutações, algumas das quais preocupantes”.

Os responsáveis explicam que “a situação epidemiológica na África do Sul foi caracterizada por três picos distintos nos casos relatados, o último dos quais foi predominantemente a variante Delta”, sendo que “nas últimas semanas, as infeções aumentaram abruptamente, coincidindo com a deteção da variante B.1.1.529”. O primeiro caso confirmado foi registado a 9 de novembro de 2021.

Em reação à escalada de preocupação e aumento do número de casos desta variante, as farmacêutica Moderna, Pfizer e BioNTech anunciaram que estão preparadas para desenvolver atualizações da vacina contra a Covid-19, uma vez que existem riscos desta variante ser resistente ao fármaco.

“Entendemos a preocupação dos especialistas e já iniciámos as investigações à variante Ómicron (B1.1.529), bem como ao desenvolvimento de uma vacina adaptada como parte do nosso processo para novas variantes”, apontou um porta-voz da BioNTech.

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