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OMS alerta que 53 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar no Corno de África

Cerca de 53 milhões de pessoas, ou seja, uma em cada seis, sofrem de insegurança alimentar na região do Corno de África, disse hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS), que alertou também para o perigo de surtos epidémicos na região.
  • epa09651995 Tedros Adhanom Ghebreyesus, Director General of the World Health Organization (WHO), attends a press conference about COVID-19 and WHO’s global health priorities in 2022, at the WHO headquarters in Geneva, Switzerland, 20 December 2021. EPA/SALVATORE DI NOLFI
2 Junho 2023, 16h45

As inundações que afetam atualmente o Quénia, a Somália e a Etiópia, países que integram a região do Corno de África, além do Sudão, Sudão do Sul, Uganda e Djibuti, após longos períodos de seca, obrigaram milhares de pessoas a abandonar as suas casas e “aumentam o risco de surtos de doenças em zonas já afetadas pela malária e pela cólera”, alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa.

O especialista etíope sublinhou que a falta de recursos está a dificultar o trabalho da OMS no terreno para ajudar as pessoas afetadas pela crise alimentar e sanitária e recordou que a OMS precisa de 178 milhões de dólares (166 milhões de euros) este ano para apoiar a região.

“Enfrentamos desafios de financiamento significativos e apelamos aos doadores para que sejam generosos”, acrescentou.

No Sudão, a situação é complicada, por causa do conflito desde 15 de abril, que tem afetado muitas partes do país nas últimas sete semanas. “Muitas pessoas estão a morrer porque não conseguem aceder aos hospitais ou obter os cuidados de saúde de que necessitam”, afirmou o diretor da OMS.

“Muitas mulheres não podem dar à luz em segurança, muitas crianças estão a morrer de desnutrição e desidratação e, com o início da estação das chuvas, possíveis surtos de doenças infecciosas podem causar graves problemas de saúde”, alertou.

Tedros recordou que o conflito provocou o êxodo de 1,6 milhões de pessoas, incluindo refugiados e pessoas deslocadas internamente, e denunciou que 46 instalações de saúde foram atacadas durante os combates.

“Destes ataques, 16 ocorreram após a assinatura da declaração de 11 de maio, na qual as partes em conflito se comprometeram a proteger os civis, o que é inaceitável”, afirmou.

“O acesso limitado a muitas zonas e a insegurança continuam a dificultar os nossos esforços de distribuição de ajuda e apelamos a todas as partes no Sudão para que retomem as negociações de cessar-fogo”, sublinhou, referindo-se ao exército sudanês e aos paramilitares das Forças de Apoio Rápido.

O responsável apelou ainda às duas partes para que “se retirem das instalações de saúde, protejam os trabalhadores e apoiem a distribuição da ajuda humanitária”.

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