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OMS alerta que vacina não vai erradicar a Covid-19 e que vírus vai-se tornar endémico

O órgão de saúde pública internacional alertou ainda que a próxima pandemia pode ser mais severa. Mark Ryan, líder do programa de emergências da OMS frisa que a crise da Covid-19 servirá para aprendermos com os erros e prepararmo-nos para eventuais pandemias semelhantes.
29 Dezembro 2020, 11h24

Embora a pandemia da Covid-19 tenha tinha um impacto significativo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que esta “não será necessariamente a maior” e que o mundo vai ter que aprender a viver com a Covid-19, mesmo com a existência de uma vacina.

“Esta é uma chamada de atenção. Estamos a aprender agora como fazer melhor as coisas — , ciência, logística, treino e liderança governamental, como nos comunicar melhor. Mas o planeta é frágil”, disse, esta terça-feira, Mark Ryan, líder do programa de emergências da OMS.

“Resta saber o quão bem as vacinas são tomadas, quão perto chegamos de um nível de cobertura que pode dar-nos uma oportunidade de eliminarmos o vírus”, disse. “A existência de uma vacina, mesmo com alta eficácia, não é garantia de eliminação ou erradicação de uma doença infecciosa. Essa é uma barreira muito alta que devemos superar ”, frisou durante uma conferência de imprensa, esta manhã.

“Se há uma coisa que precisamos de retirar desta pandemia, com todas as tragédias e perdas, é que precisamos de agir juntos. Precisamos de honrar aqueles que perdemos, melhorando o que fazemos todos os dias”, apelou o especialista.

Já o professor David Heymann, líder do grupo para a estratégia e aconselhamento técnico para o risco de infeção da OMS, alertou que o vírus irá, eventualmente, tornar-se endémico, ou seja, tornar-se-á numa doença frequente do nosso dia a dia.

“Parece-nos que o destino da Sars-Cov-2 é tornar-se endémico, tal como outros quatro coronavírus se tornaram”, explicou, acrescentando que o vírus irá continuar a sofrer mutações à medida que infeta e se reproduz entre as células.

No entanto, o nível de perigo será inferior. “Temos ferramentas para salvar vidas e essas ferramentas, em combinação com uma boa saúde pública, permitirão aprender a viver com a Covid-19”, explicou o epidemiologista.

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