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OMS: Mais de 1,7 milhões de crianças morrem por ano devido a problemas ambientais

Organização Mundial de Saúde revela que uma em cada quatro mortes em crianças se deve à poluição e alerta que, dadas as alterações climáticas e o desenvolvimento tecnológico, existem novos perigos para a saúde dos mais novos.
6 Março 2017, 17h16

Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelado esta segunda-feira mostra que uma em cada quatro mortes em crianças com idade inferior a cinco anos estão relacionadas com problemas ambientais. A poluição do ar interior e exterior, exposição ao fumo de tabaco, insalubridade da água ou a falta de saneamento e de higiene estão na origem de mais de 1,7 milhões de mortes de crianças por ano.

“Um ambiente poluído é mortal, particularmente para as crianças mais novas”, alerta a diretora geral da OMS, Margaret Chan, citada num comunicado da entidade. “Os seus organismos e sistemas imunitários estão ainda a desenvolver-se” e por isso o seu aparelho respiratório é mais frágil, explica.

Das 1,7 milhões de mortes contabilizadas anualmente, cerca de 570 mil devem-se a infecções respiratórias relacionadas com a poluição do ar interior e exterior e a exposição ao fumo de tabaco. Também a falta de acesso a água potável e ao insuficiente saneamento e falta de condições de higiene, segundo a OMS, são apontados como fatores de risco para o desenvolvimento de diarreias, que representam mais de 361 mil mortes anuais.

Os países em desenvolvimento são os mais atingidos pelo problema e são também os que apresentam um número mais elevado de mortes. A OMS acredita que grande parte destas doenças poderiam ser evitadas com uma maior intervenção governamental com vista à redução dos riscos ambientais associados, como o acesso a água potável e a utilização de combustíveis adequados à preparação das refeições.

O estudo “Herdando um mundo sustentável: Atlas sobre a saúde das crianças e o ambiente” mostra ainda que, dadas as alterações climáticas e o desenvolvimento tecnológico, existem novos perigos para a saúde dos mais novos.

Os especialistas alertam, por exemplo, que os resíduos elétricos e eletrónicos, como os telemóveis em decomposição, quando não são devidamente reciclados, expõem as crianças a toxinas que podem levar à redução das suas aptidões cognitivas, a défice de atenção e a lesões pulmonares. Nos casos mais graves, pode mesmo conduzir ao aparecimento de doenças como cancro e levar à morte.

Com o aquecimento global e dos níveis de dióxido de carbono, a produção de polén tendem a aumentar, levando também a um aumento do número de casos de asma. Segundo a OMS, cerca de 44% dos casos de asma entre as crianças são uma consequência direta da poluição atmosférica.

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