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OMS: Surto de peste em Madagáscar já provocou 94 mortes

Ibrahima Soce Fall, diretor regional para as urgências em África na OMS, afirma que a epidemia está numa fase ativa, pelo que são esperados mais casos de infeção com a doença.
  • Baz Ratner/REUTERS
20 Outubro 2017, 11h59

A epidemia de peste que está a avançar a uma velocidade alarmante em Madagáscar já fez 94 mortos desde o fim de agosto, segundo dados avançados esta sexta-feira pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ibrahima Soce Fall, diretor regional para as urgências em África na OMS, afirma que a epidemia está numa fase ativa, pelo que são esperados mais casos de infeção com a doença.

Dos 1.153 casos de peste sinalizados em Madagáscar, 300 foram confirmados. Para combater a doença, a OMS enviou 1,3 milhões de doses de antibióticos para o país. “É o suficiente para tratar 5.000 doentes e proteger 100.000 contactos”, disse uma porta-voz da OMS, Fadela Chaïb.

Apesar da época oficial da epidemia só ter início em setembro, os casos de infeção com peste começaram a registar-se em agosto. Só nesse mês foram confirmados 114 infetados, levando as autoridades decretar alerta máximo para a estranha velocidade de propagação da doença. Além disso, a maioria dos casos identificados eram contágios de peste pneumónica, a forma mais mortífera da doença e que se transmite de pessoa para pessoa.

A doença, que matou um terço da população europeia na Idade Média, gerou o pânico na capital de Madagáscar, Antananarivo. A bactéria que causa a peste desenvolve-se em ratos e a forma mais comum de transmissão tem sido a pulga, que se alimenta de sangue do rato. As más condições de higiene são um dos maiores impulsionadores da propagação da doença, para a qual ainda não existem soluções 100% eficazes.

A OMS indica que a peste é endémica no país e afirma que será difícil erradicar a doença num país onde “mais de 90% da população vive com menos de dois dólares por dia”.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) de Portugal aconselha quem esteja a planear viajar para Madagáscar, a marcar  uma consulta de medicina do viajante antes de embarcar, usar sempre repelente quando chegar ao destino e evitar contacto com qualquer tipo de animais por causa da peste.

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