Ataques contra Capacetes Azuis ocorridos em 2017 na República Democrática do Congo (RDCongo) e que fizeram, por exemplo, a 07 de dezembro 15 mortos tanzanianos evidenciaram várias “falhas” no treino e no dispositivo da ONU, reconheceu na sexta-feira a organização.
Citando as conclusões de um inquérito conduzido por um funcionário russo, Dimitri Titov, a ONU confirma em comunicado que aquele ataque foi cometido por combatentes do grupo das Forças Democráticas Aliadas (ADF), um grupo armado ugandês muçulmano, ativo no Kivu do Norte, fronteiriço com o Uganda.
O ataque perpetrado contra a Missão das Nações Unidas no Congo (MONUSCO) a 07 de dezembro foi o mais grave efetuado contra Capacetes Azuis em todo o mundo nos últimos 24 anos.
“Existiram erros em toda a linha” e “diferentes responsabilidades em diferentes níveis”, segundo fontes diplomáticas que tiveram acesso ao relatório dos investigadores, que não será tornado público.
“Houve um grande problema de transmissão de informações e nenhum apoio aéreo”, precisou um diplomata, a coberto do anonimato.
De acordo com o comunicado da ONU, os investigadores expuseram “várias falhas no treino e no dispositivo da MONUSCO, bem como na sua força de intervenção rápida (FIB)”, concluindo, por exemplo, que a MONUSCO “não tinha um plano de ação para reforçar ou retirar os seus Capacetes Azuis durante o ataque”.
“Problemas de comando e de controlo, de direção e falta de meios, nomeadamente aeronáuticos, e em matéria de serviços de informações, foram também grandes obstáculos” à redução das baixas – falhas que “necessitam de correção urgente”, refere ainda o comunicado da ONU, sem mais pormenores.
O texto das Nações Unidas precisa que várias medidas foram tomadas desde então, da iluminação das instalações ao alargamento dos perímetros de segurança em diversas bases de Capacetes Azuis em todo o país.
Os investigadores debruçaram-se, no total, sobre três ataques, ocorridos a 07 de dezembro, 16 de setembro e 07 de outubro, todos na mesma região de Mamundioma, no leste do país.