Numa reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a cooperação entre as Nações Unidas e a LAS – convocada pelos Emirados Árabes Unidos -, DiCarlo exaltou a “robustez” dessa cooperação e os esforços de vários Estados árabes em prol da resolução de conflitos, como o que decorre no Sudão, onde a Arábia Saudita, juntamente com os Estados Unidos, mediou um acordo de cessar-fogo na cidade saudita de Jeddah – cuja implementação acabou por falhar.
“Elogiamos, em particular, a expressão de apoio da Liga aos esforços contínuos da ONU para encontrar uma solução política para a Líbia. (…) Já em relação à Síria, tomamos nota das reuniões árabes em Amã e Jeddah, e a resolução adotada na Cimeira de Jeddah”, apontou ainda a subsecretária-geral.
Numa análise da situação na região árabe, Rosemary DiCarlo destacou uma série de desafios urgentes relacionados com a paz e segurança, desenvolvimento e alterações climáticas, mas indicou que a região também possui um imenso potencial, principalmente devido aos seus jovens, que representam 60% da população (menos de 30 anos).
“Juntos, continuamos a encorajar os Estados-membros a envolverem-se e a investirem na juventude árabe. Essa não é apenas a coisa certa a fazer. É também a coisa sensata a fazer pelo futuro da região”, advogou a representante da ONU.
A reunião de hoje foi presidida pelo ministro das Relações Exteriores e Cooperação Internacional dos Emirados Árabes Unidos, Khalifa Shaheen Almarar, e contou ainda com declarações do secretário-geral da LAS, Ahmed Aboul Gheit, que apelou ao Conselho de Segurança para que não deixe que a “crise ucraniana tome preponderância sobre outros conflitos no globo, como o dos milhões de refugiados e deslocados, especialmente no Iémen, Síria e Sudão”.
Aboul Gheit lançou ainda duras críticas ao Governo de Israel por escolher a anexação de territórios palestinianos e colonatos ao invés da paz, “aplicando políticas e práticas que são totalmente divorciadas do direito internacional, minando qualquer perspetiva futura para a solução de dois Estados”.
“O que mais preocupa hoje é o sentimento de desânimo e desespero que atualmente sente o povo palestiniano, pois perdeu toda a esperança de dar impulso ao processo de solução política”, disse.
Já o ministro dos Emirados Árabes Unidos pediu o reforço da relação institucional entre as Nações Unidas e a Liga dos Estados Árabes e realçou a importância do apoio aos esforços de capacitação e proteção de mulheres e meninas em toda a região árabe.
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