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ONU omite as palavras “guerra”, “invasão” e “conflito” na primeira declaração oficial sobre a Ucrânia

A declaração em causa, publicada na página oficial da ONU, “expressa uma profunda preocupação relativamente à manutenção da paz e da segurança da Ucrânia”.
7 Maio 2022, 08h42

O Conselho de Segurança da ONU emitiu ontem, sexta-feira, aquela que é a primeira declaração sobre a guerra na Ucrânia, mas absteve-se de utilizar as palavras “guerra”, “conflito” ou “invasão”, segundo o “The Guardian”.

A declaração em causa, publicada na página oficial da ONU, “expressa uma profunda preocupação relativamente à manutenção da paz e da segurança da Ucrânia”.

Na declaração assinada pela presidente do Conselho de Segurança para o mês de maio, a Embaixadora norte-americana Thomas-Greenfield, e publicada em nome dos Embaixadores, é manifestado um “forte apoio” a António Guterres pelos esforços na procura de uma solução pacífica para a “disputa”, que se deslocou a Moscovo no final de abril, onde se encontrou com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.

“O Conselho de Segurança recorda que todos os Estados-membros se comprometeram, nos termos da Carta das Nações Unidas, a resolver os seus diferendos internacionais por meios pacíficos”, é referido na mesma nota.

Beneficiando do poder de veto no conselho, a Rússia impediu todas as propostas anteriores para a adoção de uma declaração sobre a Ucrânia.

O embaixador da ONU no México, país que participou na redação do documento, foi questionado pela “Associated Press” sobre as críticas de que foram necessários dois meses para redigir a declaração: “Tem de haver um começo algures e este é um primeiro passo que aponta na direção certa”, disse Juan Ramon De La Fuente.

Desde que a Rússia deu início ao que chama uma “operação militar especial”, no dia 24 de fevereiro, o Conselho de Segurança não adotou uma nenhuma resolução sobre a invasão da Ucrânia, é salientado na página da ONU, que recorda que, porém, pouco tempo depois, a Assembleia Geral dos 193 membros adotou duas resoluções não vinculativas, lamentando a “agressão da Rússia contra a Ucrânia” e na qual condena Moscovo por criar uma situação humanitária “terrível”; nos dois documentos, é exigido que as tropas russas se retirem “imediata, completa e incondicionalmente” e haja acesso à ajuda e proteção civil.

No dia 26 de abril, António Guterres reuniu-se em Moscovo com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo Sergey Lavrov, antes de viajar para Kiev, onde se encontrou com Volodymyr Zelensky.

“Há duas posições diferentes sobre o que está a acontecer na Ucrânia”, comentou o secretário-geral da ONU à margem da reunião com Lavrov.

Já na Ucrânia, onde visitou várias cidades atacadas peças forças russas, Guterres afirmou que “uma guerra no século XXI é um absurdo” e um crime para a humanidade.

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