A Arábia Saudita concordou em proceder a cortes voluntários na sua produção de petróleo em fevereiro e março de forma a manter a produção mundial num nível estável, segundo apurou a Reuters. A decisão surge depois de dois dias de complicadas negociações no contexto da reunião ministerial periódica do maior cartel petrolífero do mundo.
O acordo resulta, por um lado, das preocupações com a procura por crude em 2021, que deverá manter uma recuperação lenta e modesta altamente vulnerável a novas vagas da pandemia, e, por outro, da vontade de alguns países, nomeadamente a Rússia e o Cazaquistão, de aumentarem a produção nos próximos meses.
Os cortes voluntários concedidos pela Arábia Saudita, que deverão atingir os 400 mil barris por dia (bpd) em fevereiro e março, servem para compensar o aumento de produção russo e cazaque, que planeiam extrair mais 75 mil barris cada em fevereiro, com igual acréscimo em março.
A cotação do ouro negro é o espelho do apreço que os investidores revelaram pela notícia, com o Crude WTI e o Brent a ganharem mais de 5% às 18h30.
A reunião desta terça-feira, que resulta da indecisão do dia anterior, realizou-se depois de um ano traumático para os produtores de petróleo, em que o grupo das nações exportadoras do bem optou por fortes cortes nas quantias produzidas, de forma a contrariar a queda abrupta da procura que a pandemia causou.
O petróleo terminou o ano passado com preços ainda 20% abaixo da média verificada em 2019, sendo que 2020 foi o ano em que o barril de crude chegou a negociar em terreno negativo, quando atingiu os 37 dólares (30 euros) negativos.
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