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“Operação Folha Dupla” quer ver Acordo Ortográfico nos rolos de papel higiénico

O grupo do Facebook “Em aCção contra o Acordo Ortográfico” é apoiado pela Associação Nacional de professores de português e vai iniciar esta sexta-feira, em Lisboa, uma iniciativa contra o Acordo Ortográfico de 1990.
24 Março 2017, 12h41

O grupo de Facebook “Em aCção contra o Acordo Ortográfico” inicia esta sexta-feira, em Lisboa a iniciativa “Operação Folha Dupla” contra o Acordo Ortográfico de 1990 (AO90). “A ideia é sugerir a uma conhecida marca comercial a estampagem do texto do Acordo Ortográfico (qualquer uma das diferentes versões ‘oficiais’, as ditas ‘bases’ e a chamada ‘nota explicativa’), em papel higiénico”, referem em comunicado enviado à agência Lusa e veiculado pelos meios de comunicação social.

Os promotores da campanha, que está a acontecer na Praça do Comércio, adiantam que esta iniciativa se prolongará até domingo, entre as 9h e as 21h. A “Operação Folha Dupla”, conta entre outras, com as participações da Associação Nacional de Professores de Português, da Federação da Região de Lisboa das Associações de Pais e do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora.

Na nota, o grupo afirma que, ao deparar-se “com um muro antidemocrático e inconstitucional na interpelação dos órgãos de soberania, impõe-se que os cidadãos demonstrem o primado do português-padrão costumeiro, de uso corrente, num exercício cada vez mais imperativo da autodeterminação cultural própria da sociedade civil, enquanto uma geração-cobaia é conduzida ao analfabetismo funcional por uma insustentável imposição administrativa, em Portugal”.

Uma “insustentabilidade”, que consideram “intrínseca ao próprio AO90, quer no plano linguístico (pelo caos ortográfico por ele gerado), quer no plano político e diplomático”, criticando ainda “a demora em reverter esta ‘atrocidade disgráfica’ [que] só penaliza ainda mais as suas vítimas, no sistema de ensino, por prolongar este processo de ‘desaprendizagem’ do português escrito”.

Este grupo promoveu há cerca de um mês um “cordão humano” que ligou a Academia das Ciências de Lisboa ao Tribunal Constitucional, na capital, no âmbito das ações de contestação do AO90.

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