A Polícia Judiciária (PJ), através do Departamento de Investigação Criminal de Braga, realizou hoje uma centena de buscas domiciliárias e não domiciliárias que levou à detenção de oitos pessoas e constituição de 20 arguidos entre pessoas singulares e empresas. O grupo desmantelado é suspeito de ter lesado o Estado em sede de IVA, IRC e contribuições para a Segurança Social, em mais de 15 milhões de euros.

Segundo a PJ, entre os detidos estão dois advogados – um dos quais o ex-diretor da delegação de Braga do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS) -, três técnicos oficiais de contas, dois empresários e um empregado de escritório.

Em comunicado a PJ, dá conta de que, no âmbito de inquérito titulado pelo Ministério Público (DIAP de Braga), foi realizada uma operação com vista ao desmantelamento de uma associação criminosa onde se indicia a prática de crimes de fraude fiscal qualificada, burla tributária contra a segurança social, burla qualificada, insolvência dolosa, corrupção e branqueamento de capitais.

“Foram realizadas cerca de uma centena de buscas domiciliárias e não domiciliárias e cumpridos oito mandados de detenção, em várias regiões do continente e ilhas, envolvendo elementos da Polícia Judiciária das Diretorias do Norte e do Centro e ainda dos departamentos do Funchal, Leiria e Vila Real e da ATA – Direção e Finanças de Braga e DGITA”, avança a PJ no âmbito da operação denominada “Trapos Soltos”.

A investigação foi desenvolvida pela PJ, com intervenção do Gabinete de Recuperação de Ativos na Diretoria do Norte, em equipa mista com a AT – Direção de Finanças de Braga.

Até ao momento, revela o comunicado, foram já apurados prejuízos para o Estado, em sede de IVA, IRC e contribuições para a Segurança Social, estimados em mais de 15 milhões de Euros.

Os detidos, sete homens e uma mulher, dois advogados, três técnicos oficiais de contas, dois empresários e um empregado de escritório, vão ser presentes às autoridades judiciárias competentes tendo em vista a aplicação de medidas de coação tidas por adequadas, tendo também sido constituídos como arguidos cerca de 20 pessoas, singulares e coletivas.

Em julho de 2011, Fernando Costa Salgado, ex-diretor da delegação de Braga do IGFSS, foi condenado a quatro anos de prisão pelo Tribunal de Famalicão, que deu como provado que o arguido, no exercício daquelas funções, se apoderou de 187 mil euros destinados ao pagamento de uma dívida ao Estado. O outro advogado detido é irmão de Fernando Costa Salgado.