O ano de 2020 vai trazer novidades quanto ao serviço postal universal e o futuro dos CTT – Correios de Portugal. A concessão do serviço postal universal à empresa hoje liderada por João Bento, cedida pelo Estado em 1999, vai terminar em 31 de dezembro de 2020 e o momento está a ser aproveitado pelos partidos da esquerda para explorar a hipótese de a operadora postal voltar à esfera do Estado, depois da controversa provatização de 100% da empresa em 2014.
Cinco anos volvidos, o número de trabalhadores com contrato a termo triplicou, cerca de uma centena de Lojas CTT foram encerradas e o custo do selo de uma carta normal agravou 47% (de 0,36 euros para 0,53 euros). Acresce o polémico plano de encerramento ainda da gestão de Fernando Lacerda, que levou a que 33 concelhos ficassem sem uma única estação CTT ativa no início de 2019.
A contestação levou à saída de Lacerda dos CTT e deu argumentos a PCP, BE e ‘Os Verdes’ para exigirem que o Estado “resgate” a empresa dos privados.
O PS, partido do Governo, é mais cauteloso e apesar de criticar o processo de privatização da empresa, levado a cabo pelo governo PSD/CDS-PP liderado por Pedro PassosCoelho, prefere não se comprometer.
O Parlamento já debateu quatro diplomas e duas petições sobre o futuro dos CTT e do serviço postal universal, mas a discussão baixou à comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.
Para o atual líder dos CTT, é “indiferente a estrutura do capital da empresa”. Facto é que no próximo ano será a primeira vez que decorrerá uma corrida à incumbência do serviço postal universal desde a privatização dos CTT e a liberalização do mercado.
Ou seja, a operadora não terá prioridade e o próximo incumbente será quem apresentar as melhores condições face aos critérios definidos pela tutela. Diálogos?
Ao que o JE apurou , junto de fonte de mercado, só deverão ocorrer na segunda metade de 2020, quer com os CTT quer com outros interessados.
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