A organização humanitária Oxfam divulgou esta segunda-feira o relatório “Sobrevivência dos mais ricos”, no qual revela que 63% de toda a nova riqueza criada desde 2020 – 42 biliões de dólares (39 biliões de euros) -, beneficiou apenas 1% da população mundial.
Perante os dados deste relatório, a organização defende um aumento dos importo sobre os multimilionários de forma a combater a desigualdade, a pobreza e as alterações climáticas. Um dos exemplos dados no relatório é o caso do Elon Musk, fundador da Tesla e um dos homens mais ricos do mundo, que pagou uma taxa de imposto entre 2014 e 2018 de 3%, enquanto um vendedor de farinha no Uganda, que ganha 80 dólares (74 euros) por mês, paga uma taxa de imposto de 40%.
Numa altura em que vivemos uma subida da inflação e em que o custo de vida aumentou, o relatório conclui que os multimilionários aumentaram a sua riqueza em 2.700 milhões de dólares (2.500 milhões de euros) por dia.
A organização sugere um aumento permanente dos impostos sobre os mais ricos, para pelo menos 60% dos rendimentos de trabalho e capital, com taxas mais altas para os magnatas. Uma análise feita para a Oxfam pelo Institute for Policy Studies e o The Patriotic Millionaires conclui que se os bilionários e multimilionários em todo o mundo tivessem um imposto anual sobre a sua riqueza de 5%, seria possível angariar 1,7 biliões de dólares (1,57 biliões de euros) por ano. Esta receita era suficiente para tirar dois biliões de pessoas da pobreza, acabar com a fome e ajudar os países mais pobres afetados pelas alterações climáticas.
Esta semana iniciou-se o Fórum Económico Mundial de Davos que tem o tema “Cooperação num mundo fragmentado”, sendo que a divulgação deste relatório pretende ter algum impacto nas figuras do meio empresarial, político e da diplomacia que marcam presença neste fórum.