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Ozon abre Festival de Berlim, numa edição com forte presença portuguesa

“Peter von Kant”, de François Ozon, inaugura esta quinta-feira a 72ª edição da Berlinale, que volta a ser presencial e conta no cardápio com uma dezena de longas e coproduções portuguesas. É o caso de “By Flávio”, de Pedro Cabeleira, na competição oficial.
10 Fevereiro 2022, 17h57

Senhoras e senhores, a contagem decrescente já começou para o primeiro dos grandes festivais europeus. A 72ª edição do Festival de Cinema de Berlim volta a ser presencial, mas com nuances, por motivos pandémicos, que se traduzem na divisão da programação em dois períodos – para convidados e para público local –, mantendo-se alguns eventos paralelos em formato virtual, caso do mercado europeu de cinema.

Feitas as ressalvas, já a Berlinale está a arrancar em todo o seu esplendor com a adaptação livre de “As lágrimas amargas de Petra von Kant” (1972), de Rainer Fassbinder, por François Ozon. A obsessão do realizador francês com o alemão Fassbinder resultou, desta feita, em “Peter von Kant”.

Na corrida ao Urso de Ouro de melhor curta-metragem está o novo filme de Pedro Cabeleira, “By Flávio” (Primeira Idade, em coprodução com Francça) galardão conquistado conquistado por Diogo Costa Amarante em 2017, Leonor Teles em 2016 e João Salaviza em 2012.

Mas há mais cinema português em Berlim. Mais concretamente no programa Fórum, onde Rita Azevedo Gomes mostra “O trio em mi bemol”, imaginado a partir de uma peça de Éric Rohmer, Jorge Jácome exibe a sua primeira longa-metragem, “Super Natural” (Ukbar Filmes), que resulta de uma nova colaboração com o Teatro Praga e com a companhia Dançando com a Diferença, e Raul Domingues apresenta o documentário “Terra que marca”.

A comitiva portuguesa não se fica por aqui. O ator João Nunes Monteiro integra o programa europeu de talentos Shooting Stars, e a série lusitana “Vanda”, criada por Patrícia Muller e realizada por Simão Cayatte, foi selecionada para o ‘mercado de séries’ da Berlinale.

De realçar ainda o filme “Nada para ver aqui”, do realizador belga Nicolas Bouchez, numa coprodução entre Portugal, Bélgica e Hungria, enquadrado no programa Geração 2022. No panorama das coproduções, estão presentes a luso-brasileira “Mato Seco em Chamas”, de Adirley Queirós e Joana Pimenta, e o filme “The Maji-Maji Readings”, do cubano Ricardo Bacallao, que conta com a participação da artista portuguesa Grada Kilomba.

O projeto “Yarokamena”, do investigador colombiano Andrés Jurado, integra o programa Fórum Expandido, e resulta de uma coprodução portuguesa pela Kintop. Na secção competitiva Generation estarão presentes a longa documental “As Águas de Pastaza”, sobre as crianças da comunidade indígena Suwa no rio Pastaza, na fronteira entre o Peru e o Equador, da realizadora e fotógrafa Inês T. Alves, e a curta de ficção “Aos Dezasseis”, de Carlos Lobo, professor, fotógrafo e programador que se estreia na ficção em torno da cultura skate.

A competição oficial tem em jogo 18 filmes, entre os quais “The novelist’s Film”, de Hong Sangsoo, “Avec amour et acharnement”, de Claire Denis, “Call Jane”, de Phylis Nagy, “Un año, una noche”, de Isaki Lacuesta e “La ligne”, de Ursula Meier,

Este ano o prémio de carreira do festival de Berlim irá para a atriz francesa Isabelle Huppert. E o júri que atribui o Urso de Ouro será presidido pelo realizador M. Night Shyamalan.

O festival termina no dia 20, mas os prémios serão anunciados e entregues no dia 16.

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