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Pagar para ir a um entrevista de emprego? Há empresas a adotar prática por falta de mão de obra qualificada

Uma seguradora alemã está a oferecer 500 euros aos candidatos entrevistados para vagas de emprego de programação na empresa. Medida surge como forma de colmatar falta de mão de obra especializada.
26 Janeiro 2022, 17h03

Como há uma falta de programadores na Europa numa economia pós-pandemia, há empresas a pagar bónus apenas por ir a entrevistas de emprego. Esse valor aumenta conforme as etapas de recrutamento que o candidato passe.

Stefan Knoll, fundador da Deutsche Familienversicherung, uma seguradora alemã com sede em Frankfurt está a oferecer 500 euros para as pessoas que sejam entrevistadas para vagas de emprego de programação na empresa. Se passar para a segunda fase de recrutamento recebe mais mil euros e, se aceite e passar o regime probatório de seis meses, recebe cinco mil euros adicionais.

Knoll disse, em entrevista ao jornal “Financial Times”, que “é particularmente difícil encontrar pessoas com capacidades para programação. Nós competimos contra gigantes como a Allianz que conseguem facilmente contratar centenas de pessoas em todo o mundo, mas nós não estamos interessados em contratar pessoas na Índia, queremos pessoas aqui em Frankfurt”.

Esta estratégia pouco usual é uma consequência da falta de profissionais qualificados para o setor na Alemanha e em grande parte da Europa. Mas esta estratégia não é uma novidade dado que já há vários anos que é implementada nos Estados Unidos não só em trabalhos de programação, mas sim todos os empregos onde haja uma falta de procura.

A falta de mão de obra é particularmente visível no sector das tecnologias, da saúde e construção. Mas de acordo com um inquérito conduzido pela Ifo, em outubro de 2021, 43% das nove mil empresas inquiridas admitiram estar a sentir-se prejudicadas pela falta de pessoal qualificado – um recorde desde 1990, adianta o “Financial Times”.

Em França, 54% das empresas do sector de serviços também sentem dificuldades em recrutar, o número mais elevado desde 2000. Para colmatar a dificuldades, o governo de Jean Castex assegurou subsídios para ajudar os desempregados de longa duração a treinar com empregadores que tenham vagas não preenchidas.

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