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Países produtores não prometem mais gás para substituir Rússia, mas Putin garante que não fecha a torneira

Mais de 40% do gás consumido na União Europeia é produzido na Rússia.
22 Fevereiro 2022, 16h38

Os 11 países que mais gás natural produzem no mundo estiveram reunidos no Catar. A reunião terminou hoje, mas de Doha não saiu nenhuma promessa de aumento de produção no curto prazo para substituir o gás russo, caso o país seja alvo de sanções, segundo a “France Presse”.

O Fórum dos Países Exportadores de de Gás (GECF, na sigla em inglês) conta com 11 países – incluindo a Rússia, Catar, Moçambique, Guiné Equatorial, Irão, Iraque ou Trinidad e Tobago – que produzem 70% do gás natural no mundo. Só a Rússia fornece 42% do gás natural usado na União Europeia em 2021, e isto só tendo em conta as importações via gasoduto, sem contar com as compras de gás natural liquefeito, transportado em navios metaneiros.

O presidente russo também esteve presente na reunião no Catar, onde garantiu que a Rússia não tem intenções de fechar a torneira.

“A Rússia intenciona em manter o fornecimento interrupto desta matéria-prima, incluindo GNL, aos mercados mundiais”, disse, citado pelo “Politico”.

“Estamos convencidos de que é no interesse da comunidade mundial assegurar que a transição energética não se torne num meio de avançar os interesses políticos e económicos de atores individuais e se não é acompanhada de sanções ou outras restrições”, acrescentou o líder russo, apontando que o gás natural é um dos “combustíveis mais amigos do ambiente”.

Os países produtores de gás têm vindo a insistir na necessidade de contratos de longo prazo para assegurar o fornecimento à Europa, defendendo que esta é a única forma de fazer investimentos significativos em infraestruturas.

Mas a União Europeia tem resistido aos contratos de 10, 15 e 20 anos assinados por outros clientes essenciais do gás produzido no Catar, como a China, Japão ou Coreia do Sul, destaca a “Al Jazeera”, sediada precisamente no Qatar, país que abastece apenas 5% do gás usado na Europa.

Ainda hoje, o Governo alemão disse que iria suspender o gasoduto ‘Nordstream2’, impedindo assim que o projeto entre em operação. O objetivo deste ‘pipeline’ é transportar gás natural desde a Rússia para a Alemanha.

 

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