Portugal já mandatou três bancos para a primeira emissão de dívida chinesa, que decorre até ao final do ano, depois da autorização do banco central chinês. A operação de “obrigações pandas”, com maturidade a cinco anos, pode chegar aos 380 milhões de euros.
A informação é avançada pela Reuters, que cita fontes do ministério das Finanças.
O Banco da China, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o HSBC foram os bancos nomeados pelo ministério para as negociações. Se o ‘panda bond’ for transferido, Portugal torna-se o primeiro país da zona euro a emprestar no mercado títulos de 9,5 biliões de dólares. Na Europa, a Polónia já o fez, tendo emitido no verão passado cerca de 452 milhões de euros em obrigações do tesouro para o mercado chinês, mas não faz parte da zona euro.
“Estamos a tentar aumentar o leque de investidores na nossa dívida e [até agora] estamos a fazer isso com títulos colocados no mercado retalhista. A China é interessante porque é um grande mercado “, disse Centeno, citado pela Reuters.
O ministro das Finanças tinha sinalizado, em maio, que Portugal estava a ponderar a operação, como forma de alargar a base de investidores e de atrair financiamento para o país, no final de uma visita de três dias à China. Porém, a captação de capital na China estava dependente da evolução do ‘rating’ soberano português e da saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo (PED).
Durante a visita, onde esteve acompanhado pela presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), Cristina Casalinho, e pelo secretário de Estado do Tesouro, Álvaro Costa Novo, Centeno reuniu-se com responsáveis do banco central e dos principais bancos chineses: ICBC, Bank of China, Agriculture Bank of China e Postal Savings Bank of China.
Recorde-se que a China é detentora das maiores reservas cambiais do planeta, no valor de 3,1 biliões de dólares e tornou-se, nos últimos anos, um dos principais investidores em Portugal, comprando participações importantes nas áreas da energia, dos seguros, da saúde e da banca.
A internacionalização do renminbi tem sido uma prioridade para Pequim, que quer contrariar a hegemonia do dólar norte-americano e negociar na sua moeda recursos como petróleo e ferro, dos quais é o maior mercado mundial, e facilitar os investimentos chineses além-fronteiras.
Em outubro passado, o renminbi (também conhecido por yuan) aderiu formalmente ao cabaz de moedas do Fundo Monetário Internacional (FMI), um instrumento criado pela instituição com a finalidade de permitir liquidez aos países membros.
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