O Papa Francisco negou rumores de que renunciará num futuro próximo, adiantando que está a caminho de visitar o Canadá este mês e que espera poder ir a Moscovo e Kiev o mais rápido possível.
Sobre as suas questões de saúde, o pontífice negou os rumores de que tem cancro depois de uma operação ao intestino o ano passado, chegando a brincar e a dizer que os médicos não o informaram do assunto, afirmou em entrevista à “Reuters”.
Em relação ao seu joelho direito — que tem “uma pequena fratura” consequência de um passo em falso, segundo o próprio —, esclareceu que foi obrigado, por ordens médicas, a cancelar a viagem à República Democrática do Congo e o Sudão do Sul para mais 20 dias de fisioterapia e descanso sob pena de ter também de cancelar a viagem ao Canadá. Questionado sobre como estava, brincou: “Ainda estou vivo!”. E acrescentou que está a melhorar aos poucos.
Contudo, Francisco, que a agência noticiosa descreveu como “alerta e à vontade durante toda a entrevista”, riu da ideia. “Todas essas coincidências fizeram alguns pensarem que a mesma ‘liturgia’ [de um Papa renunciar depois de visitar L’Aquila] aconteceria”, disse. “Mas nunca passou pela minha cabeça. Por enquanto não, por enquanto não!”.
Não obstante, repetiu que poderia renunciar algum dia se a saúde debilitada tornasse impossível a condução das suas funções. Questionado sobre quando pensa que isso poderia acontecer, afirmou: “Não sabemos. Deus dirá”.
Sobre a guerra na Ucrânia, que o Papa tem criticado desde o princípio em vários apelos à paz, depois de Francisco ter afastado a hipótese de ir ao terreno há uns meses, abre agora essa possibilidade. “Eu gostaria de ir (à Ucrânia), e queria ir a Moscovo primeiro”. Nesse sentido, por acreditar que Putin lhe “desse uma pequena janela para servir à causa da paz”, já houve contatos entre o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, e o ministro das dos Negócios Estrangeiros da Rússia. Até agora, não há avanços anunciados.
“Depois de voltar do Canadá, é possível que eu consiga ir para a Ucrânia”, disse. “A primeira coisa é ir à Rússia para tentar ajudar de alguma forma, mas gostaria de ir às duas capitais”. A acontecer, Francisco tornar-se-ia o primeiro Papa a visitar Moscovo.
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