A paragem de seis semanas na Autoeuropa devido à pandemia da Covid-19 terá provocado uma redução na produção de 29.526 unidades.
Segundo as contas feitas pelo Jornal Económico, com base na média diária do ano passado de 703 automóveis, a fábrica da Volkswagen poderá ter registado uma quebra de 11,5% face à produção anual registada em 2019 devido à paragem verificada entre 16 de abril e 27 de maio.
Questionada sobre qual o impacto que esta paragem teve na produção da empresa, e quando a fábrica poderá regressar a um ritmo de produção pré-Covid-19, a administração não respondeu às questões do Jornal Económico.
No ano passado, a Autoeuropa atingiu um novo máximo de produção com 256.878 unidades produzidas, pesando quase 75% na produção automóvel total em Portugal.
Só em março, mês em que a fábrica esteve a funcionar até ao dia 16, sendo interrompida a partir daí, a produção teve uma quebra de 47,8% para 12.457 unidades, segundo dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP). Entre janeiro e março, a produção recuou 20,7% para 56.643 unidades.
Mas a palavra de ordem na maior fábrica automóvel nacional neste momento é recuperação.
“Na reabertura de mercado, queremos que continuem a identificar o T-Roc como um bom carro made in Portugal, exportado para todo o mundo”, disse o diretor-geral da Autoeuropa durante uma visita à fábrica do Presidente da República e do primeiro-ministro.
“70% da nossa produção destina-se à Alemanha, Espanha, Itália, Reino Unido e França, temos aí um desafio”, disse Miguel Sanches em conversa com António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, enquanto mostrava as linhas de produção da fábrica.
“Isso não é mau, são dos primeiros a recuperar e a abrir”, respondeu o Presidente da República.
Parte dos trabalhadores da Autoeuropa regressaram ao trabalho a 27 de abril, mas a fábrica impôs várias medidas de mitigação do coronavírus como a medição de temperatura dos trabalhadores e o uso obrigatório de máscaras.
Neste momento, a fábrica de Palmela está com produção parcial, estando previsto o regresso a um ritmo pré-Covid a partir de junho quando regressam os turnos de fim de semana, ficando a Autoeuropa a operar com 19 turnos semanais distribuídos pelos sete dias da semana.
Dos 5.600 trabalhadores da fábrica, apenas 2.300 trabalham agora por semana, indo para casa na semana seguinte e sendo substituídos pelos que estiveram em casa na semana anterior.
Autoeuropa defende que Portugal tem de “criar condições” para produzir mais Volkswagens do que a Alemanha
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