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Paragem de seis semanas na Autoeuropa suspendeu produção de mais de 29 mil automóveis

Segundo contas feitas pelo Jornal Económico, com base na média diária de produção de 2019, as seis semanas de suspensão da atividade representam um corte na produção anual acima de 11%. Apesar da suspensão, a maior exportadora nacional quer manter a qualidade dos seus automóveis: “Queremos que continuem a identificar o T-Roc como um bom carro ‘made in Portugal’, exportado para todo o mundo”, segundo o diretor-geral da fábrica.
  • JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
14 Maio 2020, 08h07

A paragem de seis semanas na Autoeuropa devido à pandemia da Covid-19 terá provocado uma redução na produção de 29.526 unidades.

Segundo as contas feitas pelo Jornal Económico, com base na média diária do ano passado de 703 automóveis, a fábrica da Volkswagen poderá ter registado uma quebra de 11,5% face à produção anual registada em 2019 devido à paragem verificada entre 16 de abril e 27 de maio.

Questionada sobre qual o impacto que esta paragem teve na produção da empresa, e quando a fábrica poderá regressar a um ritmo de produção pré-Covid-19, a administração não respondeu às questões do Jornal Económico.

No ano passado, a Autoeuropa atingiu um novo máximo de produção com 256.878 unidades produzidas, pesando quase 75% na produção automóvel total em Portugal.

Só em março, mês em que a fábrica esteve a funcionar até ao dia 16, sendo interrompida a partir daí, a produção teve uma quebra de 47,8% para 12.457 unidades, segundo dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP). Entre janeiro e março, a produção recuou 20,7% para 56.643 unidades.

Mas a palavra de ordem na maior fábrica automóvel nacional neste momento é recuperação.

“Na reabertura de mercado, queremos que continuem a identificar o T-Roc como um bom carro made in Portugal, exportado para todo o mundo”, disse o diretor-geral da Autoeuropa durante uma visita à fábrica do Presidente da República e do primeiro-ministro.

“70% da nossa produção destina-se à Alemanha, Espanha, Itália, Reino Unido e França, temos aí um desafio”, disse Miguel Sanches em conversa com António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, enquanto mostrava as linhas de produção da fábrica.

“Isso não é mau, são dos primeiros a recuperar e a abrir”, respondeu o Presidente da República.

Parte dos trabalhadores da Autoeuropa regressaram ao trabalho a 27 de abril, mas a fábrica impôs várias medidas de mitigação do coronavírus como a medição de temperatura dos trabalhadores e o uso obrigatório de máscaras.

Neste momento, a fábrica de Palmela está com produção parcial, estando previsto o regresso a um ritmo pré-Covid a partir de junho quando regressam os turnos de fim de semana, ficando a Autoeuropa a operar com 19 turnos semanais distribuídos pelos sete dias da semana.

Dos 5.600 trabalhadores da fábrica, apenas 2.300 trabalham agora por semana, indo para casa na semana seguinte e sendo substituídos pelos que estiveram em casa na semana anterior.

Autoeuropa defende que Portugal tem de “criar condições” para produzir mais Volkswagens do que a Alemanha

 

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