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Parlamento da Madeira alerta para elevadas taxas aeroportuárias que “afugentam companhias aéreas”

Para o deputado Carlos Rodrigues, do PSD, o problema das taxas cobradas no Aeroporto da Madeira é que vão “servir para pagar mais um aeroporto em Lisboa (Aeroporto do Montijo)”.
  • Plenário da Assembleia da Madeira
6 Fevereiro 2019, 11h58

Em Plenário na Assembleia Legislativa da Madeira foi discutido esta quarta-feira um voto de protesto do Partido Comunista Português (PCP) sobre o facto de os aeroportos da Madeira e do Porto Santo terem as taxas aeroportuárias cobradas por passageiro mais elevadas do País.

O deputado do PCP, Ricardo Lume, diz que aquando “do ruinoso negócio para a Região da entrega dos aeroportos a uma multinacional privada, foi anunciado que as taxas aeroportuárias nos aeroportos da Madeira e Porto Santo iam ser equiparadas às do Aeroporto de Lisboa, o que aconteceu é que, em 5 anos, as taxas globais dos aeroportos de Portugal aumentaram 167%”.

Ricardo Lume diz ainda que na Região as taxas aeroportuárias são, em média, superiores 38,5% às praticadas no Aeroporto de Lisboa e 85% superiores às praticadas nos aeroportos dos Açores. Para o deputado, estes números explicam o facto de haver um crescimento de passageiros nos Açores, o que não se verifica na Madeira.

O deputado Élvio Sousa do Juntos pelo Povo (JPP) refere a este propósito que a “Região Autónoma da Madeira tem as suas duas entradas principais blindadas”, seja por mar ou pelo ar, o que neste caso, “se resume às taxas aeroportuárias”. Acrescenta ainda que “pagamos mais de 32 euros de taxas por ida e volta”.

Vítor Freitas, do Partido Socialista, compara este valor de 32 euros de taxa que são pagos numa viagem inter-ilhas entre a Madeira e o Porto Santo com o valor que se paga em Canárias: “não chega a cinco euros”.

Para Gil Canha, deputado independente, “as taxas aeroportuárias estão afugentando muitas companhias”, sendo que “várias companhias aéreas desistiram de vir para a Madeira”. O deputado critica ainda a construção do novo hotel Savoy: “agora quero ver como vamos ter aeroporto para encher aquele pombal, já temos dificuldades com as outras unidades hoteleiras, agora temos aquela macrocefalia”.

A deputada Raquel Coelho, do Partido Trabalhista Português (PTP), põe em causa o facto de o Governo da Madeira ter pedido, na década de 90, um empréstimo de 500 milhões de euros, que eram necessários para efetuar as obras de ampliação do Aeroporto da Madeira, sendo que entre os anos de 2000 e 2010 gastaram-se 15 mil milhões de euros em obras públicas. Para a deputada do PTP isto é o equivalente a “trinta aeroportos”.

Raquel Coelho diz ainda que este empréstimo, “que ainda está a ser pago”, tem como consequência as taxas aeroportuárias elevadas.

Sobre este assunto o deputado do PSD, Carlos Rodrigues, afirma que os aeroportos do País “que têm taxas 85% mais baixas do que a Madeira reduziram o número de passageiros”, e dá como exemplo os aeroportos de Faro e Santa Maria.

Para Carlos Rodrigues o problema das taxas cobradas no Aeroporto da Madeira é que vão “servir para pagar mais um aeroporto em Lisboa (Aeroporto do Montijo)”. O deputado lembra que o Aeroporto da Madeira não teve qualquer investimento da parte do Estado Português.

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