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Parler fica ‘offline’ depois da Amazon se juntar à Apple e Google e banir a rede social

A rede social preferida por uma fação significativa da extrema-direita americana pela inexistência de moderação de conteúdo ficou sem anfitrião depois da Amazon anunciar que, devido a repetidas violações dos seus termos de utilização, iria banir a plataforma dos seus servidores.
11 Janeiro 2021, 12h13

A Parler, a rede social que concentra grande parte do conservadorismo americano, foi banida das plataformas da Amazon, Apple e Google no seguimento da invasão do Capitólio por uma multidão de protestantes pró-Trump. As empresas anunciaram esta medida durante o fim-de-semana.

A Amazon, a última deste grupo a avançar para a exclusão da Parler, tinha na Amazon Web Services o anfitrião do site em questão. Com esta medida, a Parler ficou inacessível a partir da meia-noite de segunda-feira.

A Google foi a primeira gigante tecnológico a anunciar que bloquearia a rede social, retirando-a da sua loja de aplicações móveis. Seguiu-se-lhe a Apple, que tomou igual decisão referente à sua loja de aplicações depois de ter dado um prazo de 24 horas à empresa para tomar ações para abordar a retórica violenta que proliferava na sua plataforma.

Os três gigantes alegam que a rede social, que se tornou num viveiro de correntes violentas e antidemocráticas de extrema-direita pela recusa em moderar os seus conteúdos, violou várias normas de utilização dos seus serviços, a maioria relacionados com discursos de ódio e incitação à violência. A CNN indica que a Amazon terá mesmo enviado à Parler 98 exemplos de publicações que claramente incitavam à violência nas últimas semanas.

Os responsáveis pela rede social falam em tentativas de supressão da liberdade de expressão, acusando as companhias tecnológicas que agiram contra a mesma de a quererem forçar a “instaurar políticas genéricas e invasivas como o Twitter e Facebook e a tornar-nos numa plataforma de vigilância”, como afirmou em comunicado John Matze, o diretor executivo da Parler.

Criada em 2018, esta rede social tem vindo a crescer nos últimos tempos, sobretudo pela sua recusa em instaurar moderação de conteúdos, o que permite a proliferação de discursos de ódio ou teorias da conspiração como o QAnon, corrente associada à extrema-direita americana e à invasão do Capitólio do passado dia 6 de janeiro. Mais recentemente, vários conteúdos na plataforma incitaram à execução do vice-presidente Mike Pence, que Trump atacou como um dos responsáveis pela certificação da vitória de Joe Biden, glorificaram a violência da passada semana ou defenderam falsamente que estes atos foram responsabilidade de infiltrados de extrema-esquerda.

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