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Parte da recapitalização da CGD avança este ano

A conversão de CoCo´s em capital, no valor de 960 milhões de euros, e a transferência de 50% da ParCaixa, avaliada em 500 milhões, podem avançar este ano.
  • Jose Manuel Ribeiro/Reuters
2 Dezembro 2016, 09h31

António Domingues e os administradores que apresentaram a carta de demissão (sete ao todo) comprometeram-se a ficar até ao fim do ano, mas a escolha da nova administração em tempo recorde poderá acelerar a saída dos administradores demissionários.

De qualquer maneira o Plano de Recapitalização avança a passos largos. Esta equipa ainda pode conduzir a conversão de 960 milhões de capital contingente (CoCo’s) em capital do banco, assim como a passagem da ParCaixa para a CGD, avaliada em 500 milhões de euros.

Pois a obrigatória luz verde do Banco Central Europeu à idoneidade dos novos gestores poderá demorar semanas.

O aumento de capital com injeção de dinheiro do Estado de até 2,7 mil milhões só deverá avançar na segunda quinzena de março, após a apresentação de resultados anuais da CGD. Ao mesmo tempo é feita a emissão de 500 milhões de euros em obrigações subordinadas (de elevada subordinação) – que é parte do programa acordado com Bruxelas e que é de 1.000 milhões de euros.

O valor exato do Plano de Recapitalização será determinado após a auditoria da Deloitte que determina o nível de imparidades a constituir.

António Domingues alterou o modo como as imparidades são calculadas, criando um maior valor para elas (e desvalorizando o crédito). Como as imparidades são refletidas em capital, um aumento de imparidades implica uma diminuição de capital, e como ao mesmo tempo a Caixa tem de manter um rácio de capital mínimo (capital sobre ativos ponderados) tudo isto se conjuga para o enorme aumento de capital que está a ser proposto.

O auditor de sempre da CGD, a Deloitte, teve ordem para maximizar imparidades para crédito para justificar um aumento de capital significativo. O que já afetou o BCP, pois se a Deloitte é o auditor da Caixa e do BCP então os resultados de determinação de imparidades tendem a ser semelhantes num e noutro banco. O banco liderado por Nuno Amado teve de registar imparidades de 870,2 milhões de euros entre Janeiro e Setembro, um agravamento de 41,8% em relação ao período homólogo, pelo facto de ter o mesmo auditor que a CGD. Segundo fontes ligadas ao processo, em dezembro as imparidades da CGD aumentaram muito face a setembro, de forma a justificar um aumento de capital o mais próximo possível do teto máximo definido no acordo com Bruxelas.
Depois de definido o aumento de capital a DG Comp europeia é chamada a avaliar o Plano de Recapitalização definitivo da CGD.

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