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Partidos da oposição na Madeira consideram níveis de pobreza na Região elevados

“A economia está a crescer, estamos a produzir mais e a criar mais riqueza, , mas, por outro lado, as desigualdades também estão a agravar-se”, afirma Rui Barreto.
  • Plenário da Assembleia da Madeira
18 Junho 2019, 16h00

A questão é consensual entre os partidos da oposição: para uma Região que cresce em termos económicos há mais de 68 meses consecutivos, há demasiadas pessoas em risco de pobreza.

Roberto Almada, deputado do Bloco de Esquerda, refere que o Inquérito às Condições de Vida e Rendimentos, divulgado pela Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM), mostra que de 2017 para 2018, passaram de 70 mil para 81 mil as pessoas em risco de pobreza ou exclusão social. O bloquista ainda diz que em 2018 havia 24 mil pessoas em privação material severa, ou seja, “na mais extrema pobreza”.

Para o deputado do BE este é “um dado preocupante e que não reflete aquilo que é ‘propagandeado’ por este Governo”.

Rui Barreto, do CDS, também aponta que não tem havido uma correlação positiva entre o crescimento económico e o crescimento do bem-estar e da qualidade de vida.

“A economia está a crescer, estamos a produzir mais e a criar mais riqueza, , mas, por outro lado, as desigualdades também estão a agravar-se”, refere o líder regional do CDS.

A deputada do PCP, Sílvia Vasconcelos, chama a atenção para o caso da hotelaria, setor que tem crescido bastante na Madeira, mas que tem salários baixos, em que “a precariedade é evidente”.

“Cerca de 11% das pessoas pobres são pessoas assalariadas, empregadas, que têm trabalho”, frisa a comunista.

Gil Canha, o deputado independente, diz que o Governo fala em”indicadores de paraíso”, mas que quando estes encontram o mundo real já não é bem assim. O deputado refere o exemplo do desemprego jovem, em que mesmo os jovens com qualificações têm de sair da Madeira.

Sofia Canha, do Partido Socialista, diz que é provável que interesse a quem está no Governo Regional ter uma franja da população pobre, “que vive de mão estendida às custas da generosidade de quem está no poder”. A socialista sublinha que foram construídas muitas “estradas de betão” na Madeira e que falta ainda construir as “estradas sociais” e investir nas pessoas.

Já a deputada do Juntos pelo Povo, Lina Pereira, questiona a Secretária Regional da Inclusão e dos Assuntos Sociais como é que tem gerido a questão dos venezuelanos que regressaram à Madeira, quer em termos de apoios sociais, quer em termos de conseguir arranjar residência para estas pessoas.

Raquel Coelho, deputada do PTP, é mais agressiva e diz que o Governo e o PSD utilizam as festas regionais para fazer propaganda, aproveitando-se de quem é mais pobre.

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