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‘Partygate’. Oposição exige demissão de Boris Johnson

Num comunicado divulgado na terça-feira, a polícia disse que havia uma “quantidade significativa de material de investigação que ainda está por avaliar” e que seriam emitidas novas coimas se as provas assim o justificassem.
29 Março 2022, 12h49

Vinte multas fixas vão ser emitidas pela falha em cumprir com as regras impostas para combater a pandemia da Covid-19, depois das denúncias de festas na residência oficial do primeiro-ministro em Inglaterra, o número 10 de Downing Street.

O “The Guardian” diz que a Scotland Yard, a polícia de Londres, informou que as multas foram as primeiras a ser emitidas e que quem as recebesse não seria nomeado publicamente.

O jornal britânico noticiou na segunda-feira à noite que eram esperadas 20 multas para os casos mais simples, sendo que Boris Johnson dificilmente estaria entre eles, uma vez que negou ter violado a lei.

Num comunicado divulgado na terça-feira, a polícia disse que havia uma “quantidade significativa de material de investigação que ainda está por avaliar” e que seriam emitidas novas coimas se as provas assim o justificassem.

A polícia está a investigar 12 eventos distintos em 2020 e 2021, seis dos quais o primeiro-ministro terá participado. A polícia disse que obteve mais de 300 fotografias e 500 páginas de documentos, decorrentes de um inquérito de Whitehall realizado por Sue Gray.

As festas em Downing Street incluíam uma festa de verão onde os convidados eram convidados a “trazer a sua própria bebida”.

O número 10 prometeu revelar se o primeiro-ministro receber uma multa, mas até agora recusou-se a dizer se foi interrogado pela polícia.

A número dois do partido trabalhista no Reino Unido, Angela Rayner, disse que o primeiro-ministro Boris Johnson deveria pedir a demissão se fosse multado, bem como o seu ministro das Finanças, Rishi Sunak, que também está envolvido no caso.

Questionado sobre se era o momento certo para desencadear uma contestação da liderança conservadora, Rayner disse: “Acho que é importante o apoio que demos ao povo ucraniano, e fomos muito claros em apoiar o governo nisso. Penso que é uma situação muito séria”.

“Mas isso não impede o primeiro-ministro de mentir ao público britânico e se ele pensa que sim, então está tristemente enganado”, concluiu.

O partido Liberal Democrata disse que as violações da lei que aconteceram em Downing Street são suficientes para obrigar o primeiro-ministro a demitir-se, mesmo que ele não seja pessoalmente multado.

O líder do partido Liberal Democrata, Ed Davey, disse que “se Boris Johnson pensa que pode safar-se do caso ‘Partygate’ pagando a advogados caros, está enganado. Todos sabemos quem é o responsável. O primeiro-ministro deve demitir-se, ou os deputados conservadores devem demiti-lo.”

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