O líder da oposição, Pedro Passos Coelho, aconselhou o primeiro-ministro António Costa a alterar as suas opções para o ano de 2017, dado que as apresentadas na Assembleia da República hoje à tarde são semelhantes àquelas que enformaram 2016 e que deram os “pobres” resultados que os portugueses conhecem.
O líder do PSD acusou o actual Governo de não ter atingido os pressupostos que havia enunciado para 2016 e de, mesmo assim, insistir numa receita que se tem revelado incapaz de exercer um contributo aceitável na criação de riqueza.
António Costa contestou, afirmando que a política de rendimentos do governo anterior foi a responsável por ‘atirar’ mais 100 mil portugueses e um quarto das crianças para o limiar da pobreza.
E depois pegou num gráfico – o parlamento assobiou, animado – que demonstra que a economia desacelerou ao longo do segundo trimestre de 2015 (último tempo do governo PSD/PP), tendo reanimado desde que António Costa conseguiu, com o apoio da esquerda, inverter o ciclo. Vieram depois as exportações que, segundo o primeiro-ministro, também têm crescido face ao homólogo de 2015. Com a bancada do PSD entre o divertido e o exaltado, Passos Coelho teve ainda de ouvir que o investimento – e nomeadamente o das sociedades nãos financeiras – tem vindo a recuperar – quando vinha a cair ao longo da legislatura do PSD.
Conclusão: as expectativas de catástrofes profetizadas pelo PSD e pelo CDS não se concretizaram. Passos Coelho, que ia dizendo entre dentes “não é verdade”, responde a António Costa que “não vejo nenhum mérito em negar a realidade”. O líder do PSD afirmou que a economia não está a crescer, o investimento está a cair e as exportações também, pelo que “o senhor primeiro-ministro deve ter outras fontes” que não aquelas que estão à disposição dos portugueses.
“São fontes oficiais”, retrucou António Costa. E o problema está concentrado no segundo semestre de 2015 – sendo certo que Passos Coelho era à época primeiro-ministro.
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