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Passos Coelho aponta o dedo ao Governo nos casos da TAP e de Ihor Homeniuk

O antigo primeiro-ministro criticou o Plano de Reestruturação da TAP, acusando o Governo de António Costa de falta de respeito pelos contribuintes, que terão de pegar a pesada fatura desta operação durante largos anos, tudo devido à reversão da privatização que o seu executivo conseguiu, argumenta.
18 Dezembro 2020, 21h49

Pedro Passos Coelho, o antigo primeiro-ministro de Portugal, fez uma rara aparição pública na qual teceu duras críticas à gestão do processo da TAP e à resposta do Governo à morte de Ihor Homeniuk, o cidadão ucraniano morto nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) do aeroporto de Lisboa. As declarações foram feitas esta sexta-feira no âmbito de uma homenagem aos 150 anos do nascimento de Alfredo da Silva.

O antigo líder social-democrata não poupou nas críticas à “incompreensível inação” das autoridades no caso de Ihor Homeniuk, acusando o Estado de tentar “disfarçar o indisfarçável” e de deixar “a confiança nas instituições públicas beliscada”. Para Passos Coelho, o caso reveste-se de uma “relutância em defender o Estado da fuga às responsabilidades dos seus dirigentes”, a quem acusa de preferirem lançar suspeitas sobre todo o SEF “em vez da simples e pronta assunção de responsabilidade”.

Sobre a TAP, Passos lembrou as verbas que faltam “na saúde, na educação, na ciência ou na ajuda à economia”, mostrando-se contra a injeção de capital numa empresa “redimensionada, com milhares de despedimentos inevitáveis, menos aviões e atividade, sem no entanto explicar ao país que apenas o fará porque reverteu uma privatização que vários governos tentaram, mas só um conseguiu concretizar”.

Para o antigo primeiro-ministro à frente da coligação Portugal à Frente, que juntou PSD e CDS-PP, a companhia constituirá uma pesada fatura que os contribuintes portugueses terão de pagar durante muitos anos, o que revela falta de “respeito e parcimónia” do atual executivo.

Pedro Passos Coelho junta-se assim ao coro de críticas à atuação recente do Governo em várias frentes, sobretudo nestes dois casos que tantas condenações públicas têm gerado.

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