Passos Coelho: Portugal está diferente da Grécia porque não seguiu conselhos do PS

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sustentou hoje que Portugal está numa situação diferente da Grécia porque não seguiu os conselhos do PS, que acusou de ter uma estratégia semelhante à do Bloco de Esquerda. “Nós, felizmente, não estamos na situação da Grécia – que está num segundo programa, se calhar a precisar de um terceiro, […]

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sustentou hoje que Portugal está numa situação diferente da Grécia porque não seguiu os conselhos do PS, que acusou de ter uma estratégia semelhante à do Bloco de Esquerda.

“Nós, felizmente, não estamos na situação da Grécia – que está num segundo programa, se calhar a precisar de um terceiro, não sabemos como, ainda com dificuldades várias. E se não estamos nessa situação, deveu-se ao facto de não termos seguido os conselhos do PS até hoje”, declarou Passos Coelho aos jornalistas, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa.

O chefe do executivo PSD/CDS-PP alegou que, “até hoje, a estratégia que o PS tem reivindicado para Portugal, infelizmente, é uma estratégia muito semelhante à do Bloco de Esquerda”, acrescentando: “É a de não cumprir as metas nem os objetivos que estavam traçados, suscitar como todos se recordam a renegociação do programa que nós já fechámos, que já terminámos”.

Escusando-se a comentar o facto de o secretário-geral do PS, António Costa, ter apontado a vitória do Syriza nas eleições de domingo na Grécia como “um sinal de esperança” e de “esgotamento das políticas de austeridade”, Passos Coelho reiterou a ideia de que, com a estratégia dos socialistas, o programa de resgate a Portugal não teria sido concluído.

“Nós não fechámos o programa de assistência no ano passado por termos seguido a estratégia do PS, foi por termos feito justamente o contrário. E isso deixa-me muito confortável e muito confiante quanto ao caminho que seguimos até hoje e quanto àquele que estamos a seguir agora, que é um caminho com mais esperança para os portugueses, e com mais confiança de que não estamos a regressar a um período de dificuldades, pelo contrário, estamos gradualmente a sair delas”, concluiu.

Interrogado se está confiante em relação às legislativas deste ano, o primeiro-ministro e presidente do PSD respondeu: “Ainda falta tanto tempo para as eleições”.

Pedro Passos Coelho esteve na Universidade Católica na apresentação de um gabinete de apoio à captação de financiamento para projetos de inovação e investigação em saúde denominado “Creating Health”.

Numa intervenção de cerca de vinte minutos, o primeiro-ministro elogiou os investigadores e instituições ligadas às ciências da saúde em Portugal e encorajou-os a aproveitarem o novo quadro de fundos europeus, considerando que é possível dar “um salto qualitativo tremendo” nesta área.

“Estamos numa espécie de limiar crítico, em que um pouco mais de financiamento, um pouco mais de cooperação com outras instituições e nós conseguiremos dar um salto em cima deste limiar crítico que estamos a atingir”, disse.

No final do seu discurso, o primeiro-ministro defendeu que Portugal conquistou a confiança dos investidores e pode ser olhado “como um dos exemplos que ajudou a vencer a crise europeia”, a par com a Irlanda, por “terem fechado com sucesso os seus programas de assistência, terem feito a sua quota-parte de trabalho e de responsabilidade que lhes cabia”.

Alexis Tsipras tomou hoje posse como primeiro-ministro da Grécia após a vitória nas eleições legislativas de domingo do seu partido, o Syriza, que acordou uma aliança de governo com os nacionalistas Gregos Independentes.

O Syriza conquistou 36,34% dos votos nas eleições de domingo, conseguindo 149 lugares no parlamento, menos dois do que o necessário para ter a maioria absoluta. Os gregos independentes obtiveram 4,75% dos votos, elegendo 13 deputados.

OJE/Lusa

Recomendadas

TAP: Medina, Pedro Nuno, Leão, Centeno e Pires de Lima entre os 25 nomes que BE quer ouvir

O BE pediu a audição de 25 personalidades na comissão de inquérito à TAP, entre os quais o ministro das Finanças, Fernando Medina, e os antigos governantes Pedro Nuno Santos, João Leão, Mário Centeno e António Pires de Lima.

Constituição: PS e PSD deixam em aberto acabar com cooptação na ERC

PS e PSD deixaram hoje em aberto a possibilidade de aprovar uma proposta do PCP para alterar na Constituição a forma de designação dos membros da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), acabando com a cooptação do presidente.

Professores acampados em frente ao Parlamento contra medidas do ministro

Dezenas de professores estão acampados em frente ao Parlamento desde a aprovação do novo modelo de recrutamento e colocação de docentes e prometem continuar a lutar até o ministro acolher as suas reivindicações.