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Patrões ameaçam bloquear acordo para salário mínimo nos 557 euros

António Saraiva garante que não haverá consenso na concertação social se o Governo insistir num aumento para esse patamar.
23 Novembro 2016, 09h49

O representante da Confederação da Indústria Portuguesa, António Saraiva, garante que não haverá acordo de concertação social se o Governo insistir no aumento do salário mínimo dos atuais 530 para 557 euros já em janeiro.

“Não há acordo de concertação social, tão simplesmente como isso, se o Governo desrespeitar, não cumprir o acordo – feito entre os parceiros sociais, com exceção da CGTP”, afirmou o responsável, durante um debate com o líder da CGTP, Arménio Carlos, que poderá ser ouvido na Antena 1 esta quarta-feira.

“Não chegamos a 540 euros porque nos dá jeito, porque nos é conveniente. Produtividade, crescimento económico e inflação determinam que é esse valor. É evidente que está lá outra variável a que temos de atender, a necessidade dos trabalhadores. Feitas as contas aos três indicadores objetivos chegamos aos 538 euros, mas arredondamos para 540 euros”, afirmou.

O líder dos patrões vincou ainda que não defende “baixos salários” mas explicou que a proposta da CGTP – dos 600 euros já em 2017 – não é “realista”: “Um país a crescer 1,2% com inflação de 0,7% … se formos à proposta da CGTP dos 600 euros, estamos a dizer que passando o salário mínimo de 530 para 600 euros, há um crescimento de 17%”.

Já Arménio Carlos pretende rever e revogar o acordo que está em vigor desde 2012, do Governo de Pedro Passos Coelho. O representante dos patrões defende, por sua vez, que o acordo seja revisto na Concertação onde atualmente a CGTP não tem assento.

O debate teve um momento ‘sui generis’, com o líder da CIP a confessar que teve salários em atraso durante quatro anos e o representante da CGTP a admitir que nunca passou por isso.

 

 

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