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Paul Singh: “Toda a gente precisa de mais negócios”

Quis ser astronauta, vendeu pizzas e carros usados antes de estudar engenharia de computadores. Foi no primeiro emprego que procurou depois do curso superior que percebeu que as pessoas compravam coisas feitas na internet e isso tornou-se a sua primeira ideia de negócio próprio. Aos 34 anos, investiu em mais de 1200 empresas através de […]
21 Dezembro 2015, 15h00

Quis ser astronauta, vendeu pizzas e carros usados antes de estudar engenharia de computadores. Foi no primeiro emprego que procurou depois do curso superior que percebeu que as pessoas compravam coisas feitas na internet e isso tornou-se a sua primeira ideia de negócio próprio. Aos 34 anos, investiu em mais de 1200 empresas através de fundos de capitais de risco para os quais angaria investimento. Filho de indianos, o norte-americano Paul Singh, cofundador da Disruption Corp e parceiro da 500 Startups esteve em Lisboa e falou com a Startup Magazine.

Apanha pelo menos um avião por semana, de Washington para o mundo. Pensava que ia chegar a fazer isto?

Parece glamoroso mas é difícil. É divertido mas parece bem melhor no Twitter.

Costumo dizer que vivo em Washington DC mas muitas vezes sinto que lavo a roupa lá. A minha família está lá mas uma vez por semana eu viajo para qualquer lado. Viajo, reúno-me com financiadores, instituições, governo, startups, investidores em tech e depois vou embora. Têm sido uns anos loucos mas muito divertidos.

Tem 34 anos e faz parte da equipa de 10 fundos de Venture Capital. Era isto que queria ser?

Quando era pequeno queria estudar engenharia aeroespacial e cheguei a sonhar trabalhar para uma equipa de Fórmula 1. Mas à medida que ia lendo mais sobre o assunto comecei a pensar no que poderia ser uma melhor opção. Gostava de fazer investigação e comecei a pensar em engenharia computacional porque incluía esses tipos de projetos como fazer robôs e programas e era divertido.

Estudei ciências de computadores e engenharia informática. Entrei para a universidade mas sempre fui um péssimo aluno: não aprendo com muita facilidade através de metodologia básica, os melhores professores foram aqueles que conseguiam explicar-me uma ideia verbalmente mas se me pediam para ler num livro eu não podia fazê-lo. Enquanto estudava queria muito começar a trabalhar.

Tinha um plano?

Na realidade não. Sinto que a minha vida tem sido como a ideia de um cão a perseguir um carro: não sei exatamente para onde o carro vai, só sei que vou atrás dele. Acho que na geração dos nossos pais, a experiência media-se em função dos cabelos brancos. Na nossa, a experiência mede-se em função das vezes que tentamos. Quando as pessoas me perguntam como faço, digo-lhes que olho sempre para a frente de maneira a poder avançar, o que vou fazer lá descubro no caminho. Penso que, à medida que fico mais velho, a natureza do trabalho também mudou. Na geração dos nossos pais, as pessoas tinham um trabalho para a vida inteira. Na nossa geração, vamos ter seis trabalhos durante toda a vida. Os nossos filhos vão ter seis trabalhos ao mesmo tempo. Acredito que não interessa que sejas dono ou fundador de uma empresa ou empregado noutra: hoje em dia, toda a gente precisa de ser empreendedor. Porque a natureza do nosso trabalho está a mudar.

Mas se toda a gente tem de ser empreendedor, isso torna a profissão mais fácil?

Sim, é mais fácil do que nunca. As ferramentas que temos agora tornam o trabalho mais fácil. Com um smartphone, podemos verificar a caixa de email em qualquer lado, ter múltiplas contas de e-mail. Se antes quisesses trabalhar em rádio, precisavas de estudar media, aprender como entrevistar pessoas, procurar trabalho numa empresa de comunicação e tornares-te eventualmente apresentador de televisão, lutar por ter uma história e conquistar talvez 30 segundos na televisão.  Agora, eu e tu podemos ter um Periscope ou um canal de YouTube agora mesmo: tudo depende do objeto que temos nas mãos.

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