[weglot_switcher]

PCP diz que problema de falta de professores “não se resolveu”

O PCP anunciou esta sexta-feira que vai reapresentar a sua proposta para a gratuitidade progressiva das fichas de exercícios escolares e considerou que o problema de falta de professores “não se resolveu”.
12 Agosto 2022, 18h08

Em conferência de imprensa na sede do PCP, em Lisboa, Jorge Pires, membro da Comissão Política do Comité Central, anunciou que o partido vai reapresentar “uma proposta (rejeitada pelo PS no Orçamento do Estado para 2022)” que visa “a progressiva gratuitidade e alargamento a toda a escolaridade obrigatória” das fichas de exercícios.

“O acesso gratuito às fichas de exercícios constituirá um importante contributo para combater o abandono e insucesso escolares”, justificou.

Questionado sobre o que espera da posição do PS, o dirigente comunista manifestou convicção de que, “tal como noutros momentos, a insistência em determinadas propostas que são justas e reconhecidas como essenciais pelos pais das crianças, pelas famílias” faça com que “o PS venha a reconhecer a validade da proposta” e a aprove.

Jorge Pires sustentou que “as dificuldades para as famílias só não são maiores, porque ao fim de muitos anos de luta para que os manuais escolares fossem distribuídos gratuitamente, o PCP conseguiu que fosse aprovada uma proposta no Orçamento do Estado, que garantiu que a partir do ano letivo de 2016/2017, o início do processo que levou à gratuitidade para todos os ciclos de ensino até ao secundário”.

Resolvida a distribuição gratuita dos manuais escolares, continuou, “ficou em aberto uma solução idêntica para os cadernos de atividades que têm custos muito próximos dos manuais escolares e são igualmente obrigatórios”.

“De acordo com os valores de 2021 só as famílias dos mais de 320 mil alunos do 1º ciclo terão uma despesa superior a 11 milhões de euros”, salientou.

Questionado sobre o anúncio do ministro da Educação de que as turmas do próximo ano letivo têm praticamente todos os professores atribuídos, continuando por preencher apenas 2,3% dos horários, Jorge Pires começou por referir que “o processo de colocação dos professores não termina agora” e que “passado alguns meses depois do início do ano letivo ainda as escolas andam a procurar contratar professores”.

“Não se percebe como é que agora, de um mês para o outro, com um estalar de dedos, se resolveu este problema, não se resolveu: ele está aí e certamente mais à frente vamos voltar a falar da falta de professores”, alertou.

O partido defende que “num contexto em que a Ação Social Escolar continua a revelar-se insuficiente, o alívio da despesa com as fichas de exercícios é um apoio importante às famílias e para a melhoria das condições de vida das crianças e jovens, fatores importantes para um melhor aproveitamento na escola”.

“Ao contrário dos que contestam a gratuitidade e defendem uma política “assistencialista”, o PCP reafirma que, com um acréscimo residual na despesa do Ministério da Educação, se alcançará um verdadeiro investimento para o futuro contribuindo para o aumento do nível de escolaridade da população, com reflexos positivos no desenvolvimento económico e social do país”, vincou Jorge Pires.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.