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PCP exorta Governo a passar do discursos à prática e investir nas escolas

O secretário-geral comunista exortou hoje o Governo a deixar “de se esgotar no discurso” e a colocar em prática os investimentos necessários na Educação, desde a renovação do corpo docente à valorização dos seus salários e condições laborais.
8 Julho 2022, 20h34

“O que é preciso é que o Governo do PS, no que respeita a investimento na Educação, deixe de se esgotar no discurso e o transforme em prática que não pode passar ao lado do diálogo e da negociação tanto política, como social”, sustentou Jerónimo de Sousa, no encerramento de uma sessão sobre as dificuldades com que os professores são confrontados, em Lisboa.

O dirigente do PCP alertou o executivo de António Costa que, para investir na Educação, é preciso reconhecer o “papel do movimento sindical docente e não docente, do movimento associativo de pais e encarregados de educação”, e também dos estudantes.

Aludindo ao processo de descentralização, o secretário-geral do PCP considerou “necessário que o Governo assuma as suas responsabilidades financeiras” no próximo ano letivo, “em vez de as transferir para fundos europeus e para os municípios”.

E insistiu nessa ideia: “É necessário que invista nos profissionais das escolas, valorizando-os social e materialmente, e valorizando as suas condições de trabalho; que de uma vez por todas aceite discutir um regime de gestão em vez de afastar as comunidades educativas dos níveis de decisão estratégica das escolas”.

Nos últimos três anos, fruto da pandemia, levantaram-se “sérios problemas ao nível da socialização das crianças e dos jovens”, que “contribuíram para a degradação da sua saúde mental e também física”, lamentou Jerónimo de Sousa.

O encerramento de escolas, prosseguiu o comunista, “aprofundou desigualdades”, já que vários alunos não tinham acesso a computadores ou Internet para poderem acompanhar as aulas à distância.

“Perante o problema, o Governo do PS, à pressa, sem ouvir aqueles que podiam ajudar a construir as melhores soluções, pelo conhecimento que têm dos problemas, avançou para o chamado Plano de Recuperação das Aprendizagens, que desde logo mostrou estar longe, de garantir a recuperação das aprendizagens, até porque não incorpora uma solução decisiva: a criação de condições que leve ao correspondente aumento do número de professores”, completou o membro do Comité Central do PCP.

O que as escolas precisam, na ótica de Jerónimo de Sousa e do PCP, é de saber “com o que podiam contar”, para que pudessem, no quadro da sua autonomia, adequar as necessidades de pessoal e estruturas à realidade com que estão confrontadas.

Só deste modo, sustentou, será possível combater as desigualdades, recuperar os atrasos, combater o insucesso e o abandono escolares.

E Jerónimo ainda teve tempo para lembrar o passado: “Ainda sou do tempo em que levava pancada por ser canhoto, mas este progresso resultante da própria Revolução de Abril hoje começa a estar comprometido”.

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