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“Vergonhosa calúnia”. PCP garante “não ter nada a ver com o governo russo” nem Putin

Durante o comício para assinalar o 101.º aniversário do PCP, o secretário-geral comunista rejeitou a colagem do partido ao regime de Vladimir Putin e garantiu que os comunistas estão do lado da paz.
  • Cristina Bernardo
6 Março 2022, 17h28

Jerónimo de Sousa defendeu que o Partido Comunista Português (PCP) se opõe “às forças políticas que governam a Rússia” e que afirmar que o partido apoia a guerra na Ucrânia “é uma vergonhosa calúnia”.

Durante o comício este domingo, no Campo Pequeno, em Lisboa, para assinalar o 101.º aniversário do partido, o secretário-geral do PCP garantiu que o partido “nada tem a ver com o governo russo e o seu Presidente” e que defende a paz e não a guerra.

“A opção de classe do PCP é oposta à das forças políticas que governam a Rússia capitalista e os seus grupos económicos”, referiu Jerónimo de Sousa, acrescentando que os comunistas “opõe-se à estratégia de escalada armamentista e da dominação imperialista que os Estados Unidos há muito puseram em marcha”, instituindo um poder “xenófobo e belicista”, assim como “a intensificação da escalada” pelos EUA, pela NATO e pela União Europeia.

Durante o seu discurso, o responsável adiantou que o PCP não só “não apoia” como “condena” qualquer violação “dos princípios do direito internacional, da Carta da ONU e da Ata Final da Conferência de Helsínquia”, princípios esses que o partido “continua, em coerência, a defender”, motivo pelo qual tem alertado para os “sérios perigos” que representa o “alargamento da NATO” —  organização responsável por manobras “provocatórias” e pela “instalação de cada vez mais forças e meios militares”, abandonando “importantes tratados de desarmamento” e rejeitando propostas para “a paz e a segurança na Europa e no mundo”, referiu.

“A guerra não serve os ucranianos, nem os russos, tão pouco os restantes povos europeus”, afirmou Jerónimo de Sousa mas, sim, “a administração norte-americana e o seu complexo militar-industrial”.

Na ótica dos comunistas, os norte-americanos conseguem, através da venda de armas “a grupos fascistas e neonazis” na Ucrânia, aproveitar-se “económica e militarmente de uma guerra a milhares de quilómetros das suas fronteiras”.

 

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