[weglot_switcher]

PCTP/MRPP chama “nazis imperialistas alemães” à gestão da Autoeuropa

O Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP) publicou um comunicado dirigido aos trabalhadores da Auroeuropa, a propósito do novo modelo laboral, onde apela à greve na fábrica de Palmela e designa a administração da empresa como “nazis imperialistas alemães”.
  • Luis Viegas
15 Dezembro 2017, 13h21

“Os nazis imperialistas alemães da Autoeuropa pretendem fabricar um automóvel T-Roc com a pele, a carne e o sangue dos trabalhadores portugueses”, lê-se no comunicado do PCTP/MRPP, publicado na sua página de facebook nesta quarta-feira, 13 de dezembro.

O comunicado surge um dia depois de administração liderada por Miguel Sanches ter anunciado que vai aplicar unilateralmente o novo modelo laboral a partir de Fevereiro, de modo a conseguir cumprir com as metas do novo modelo automóvel, o T- Roc. Em causa está o trabalho as sábados que tem sido um dos pontos polémicos desde que foi anunciado o primeiro pré-acordo, no final de julho, com os trabalhadores a defender a sua retribuição como horas extraordinárias e adesão voluntária. A empresa acabou por garantir que pagará “um prémio adicional de 100% sobre cada sábado trabalhado”, ao fim do mês, mas recusa que a adesão seja voluntária”.

Após o anúncio da imposição dos novos horários, o PCTP/MRPP publicou o comunicado que começa com um alerta: “Atenção operários portugueses: o imperialismo nazi alemão está em Palmela”.

No documento, este Partido começa por salientar que “toda a comunicação social, governo, ministros e patronato uniram forças para ajudar os nazis imperialistas alemães de Palmela a arrancar a pele aos trabalhadores portugueses, impondo-lhes pela força um contrato de trabalho ilegal e não negociado”. Uma decisão, diz o PCTP/MRPP, que “permite aos germânicos fabricar à custa dos trabalhadores portugueses uma viatura que passará ser o símbolo da exploração do proletariado de um pequeno país, como é Portugal, pelo imperialismo germânico”.

Sobre a decisão unilateral de aplicar o novo modelo labora, o PCTP/MRPP diz :“em finais de Janeiro, declararam os nazis imperialistas alemães acantonados em Palmela, vamos iniciar o modelo de trabalho de 17 turnos semanais, que garante a produção aos sábados a dois turnos”.

O partido, fundado e actualmente liderado por Arnaldo Matos, recorda que  divergência entre os patrões” imperialistas alemãe”s e os operários portugueses sobre os horários de trabalho arrasta-se há alguns meses e levou já a uma greve histórica em Palmela – em agosto, a  primeira greve na empresa desde que aí se constituiu – e a um referendo em plenário.

A Comissão de Trabalhadores rejeitou já frontalmente dois pré-acordos sobre os termos do trabalho ao sábado e da laboração contínua, ou seja, em três turnos diários. Uma laboração contínua que para o PCTP/MRPP implica trabalhar quarenta horas por semana pelo preço da jornada de 35 horas semanais. E, conclui, “tem um impacto demolidor sobre a vida dos operários e outros trabalhadores, radicalmente oposto às condições do horário de trabalho em vigor na empresa até agora”.

No final do comunicado, o PCTP/MRPP apela à união de “toda a classe operária portuguesa”: “como um só homem contra os nazis imperialistas alemães, obrigar o patronato germânico a voltar à mesa das negociações, cumprir as leis em vigor, exigir condições de trabalho e de salário adequados às exigências dos operários, guardar a semana das 35 horas semanais, e não trabalhar ao sábado nem ao domingo”.

E acaba por sugerir as trabalhadores que se preparem para a greve na empresa Vokswagen da Autoeuropa de Palmela.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.