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Pedida auditoria a IPSS onde trabalha mulher de autarca de Gaia

O Ministério do Trabalho recebeu um pedido de auditoria à Cooperativa Sol Maior. Em causa está o aumento em mais de 390% do salário da mulher do presidente da Câmara de Gaia.
6 Janeiro 2017, 11h47

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social está a analisar o pedido de auditoria, através dos serviços competentes, à Cooperativa de Solidariedade Social Sol Maior, em Gaia.

A informação foi avançada pelo Público, no seguimento da notícia de 27 de dezembro que dava conta de que, em apenas cinco anos, a mulher do presidente da Câmara de Gaia e funcionária da IPSS Sol Maior viu a sua remuneração base aumentar mais de 390%.

O Jornal Económico confirmou junto do gabinete de José António Vieira da Silva que o Ministério do Trabalho recebeu um pedido de auditoria por parte de um empresário de Gaia e está a analisar o processo.

De acordo com o diário, entre 2010 e 2015, o salário de Elisa Costa subiu de 475 para 2434,71 euros, pelo trabalho desenvolvido enquanto assistente social na Sol Maior, uma das três IPSS’s ligadas à autarquia, na qual o marido é cofundador.

O aumento salarial foi particularmente notório em outubro de 2013, quando o vencimento de Elisa Costa passou de 800 euros para 1018. A este montante viram juntar-se 150 euros de aumento dados pela instituição à então diretora técnica, chegando a sua remuneração aos 1168 euros.

A suspeita de alegados favorecimentos e ligações privilegiadas entre a IPSS que preside e a autarquia está a gerar polémica e foi já instaurado um processo de averiguação ao caso no Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto (DIAP), em setembro.

Em declarações ao “Público”, o autarca Eduardo Vítor Rodrigues explica que “’alegado duplo aumento no mesmo ano não se concretizou nesses termos, tendo constado de uma atualização anual remuneratória de acordo com a tabela das IPSS e o índice de atualização, cumulativamente a uma condição de ‘isenção de horário’ devido ao tempo de trabalho fora de horas, nunca tendo beneficiado de remuneração de ‘trabalho extraordinário’”. A mulher do autarca, Elisa Costa, diz que estes aumentos são“normais”, justificando que “decorrem das responsabilidades que desempenho”.

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