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Pedro Nuno Santos: “A TAP não açambarca slots que depois não usa”

Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação, afirma que a companhia aérea só usa slots necessários para a sua atividade. Sobre os resultados para este ano, diz que a TAP vai ter prejuízos de 54 milhões de euros, tal como está previsto no plano de reestruturação.
9 Maio 2022, 16h35

Pedro Nuno Santos garante que a TAP “não açambarca slots”, uma vez que são cumpridas regras internacionais muito restritas por parte das companhias aéreas relativamente às faixas horárias para aterrar e levantar voo. Sobre os resultados da companhia aérea para este ano, o ministro das Infraestruturas e da Habitação afirma que terá um prejuízo de 54 milhões de euros.

“As companhias aéreas não açambarcam slots. Isso não existe”, começou por dizer Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação, numa audição conjunta da comissão de Orçamento e Finanças e da comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, esta segunda-feira.

“Os slots cumprem regras internacionais muito restritas” e a “TAP só usa slots que pela sua atividade justifica ter”, referiu o ministro aos deputados, garantindo que a companhia aérea nacional “não açambarca slots que depois não usa”.

Em outubro do ano passado, o CEO da Ryanair, Michael O’Leary, acusou a TAP, liderada por Christine Ourmières-Widener, de “açambarcar os slots de descolagem e aterragem no aeroporto da Portela”, notando que a TAP não utiliza esses mesmos slots que ocupa.

Já em março deste ano, e depois de ter feito um ultimato ao Governo português para retirar slots à TAP, a Ryanair acabou por avançar para o cancelamento de 19 rotas no verão deste ano. “Estes cancelamentos – que poderiam ser evitados – acontecem após inúmeras tentativas, por parte da Ryanair, em solicitar ao Governo Português que interviesse na libertação dos slots inutilizados pela TAP no verão 2022″, referiu a companhia num comunicado.

TAP vai ter prejuízo de 54 milhões este ano

Relativamente ao plano de reestruturação, Pedro Nuno Santos diz estar bem encaminhado. O que está previsto no plano de reestruturação da TAP é que registe “um prejuízo de 54 milhões de euros em 2022”, referiu o ministro das Infraestruturas e da Habitação.

“Tal como está previsto, em 2023 a TAP vai atingir o equilíbrio operacional e em 2025 vai ter lucro”, salientou, notando que “até agora não temos um único sinal de que não venhamos a conseguir cumprir o plano de reestruturação”.

Sobre os prejuízos da TAP em 2021, de 1.600 milhões de euros, Pedro Nuno Santos referiu que este resultado deveu-se sobretudo ao encerramento da operação de manutenção do Brasil, naquela que foi uma “decisão corajosa” por parte do Executivo.

Questionado sobre a escolha da empresa espanhola Ineco (Ingeniería Y Economía Del Transporte), detida em 51% pelo Estado espanhol, para desenvolver a avaliação ambiental estratégica do plano de ampliação da capacidade aeroportuária da Região de Lisboa, o ministro disse que “as dúvidas que têm eu também tenho e nós estamos a avaliar”.

“Há um júri, onde nós não estamos (…), porque, obviamente, não interferimos no concurso e o júri não entendeu que havia conflito de interesses”, afirmou, sublinhando que é uma questão que está a ser avaliada.

(Notícia atualizada)

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