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Pedro Nuno Santos admite que pilotos despedidos da TAP possam vir a ser contratados pela Portugália

“A Portugália vai contratar, não podem haver passagens diretas, mas vamos ver se do ponto de vista legal é possível privilegiar a experiência na TAP”, adiantou Pedro Nuno Santos, no programa Conversa Capital.
  • Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos
14 Dezembro 2020, 07h45

A Portugália, que juntamente com a TAP SA, integra o plano de reestruturação apresentado em Bruxelas, está em expansão e vai contratar.  “Haverá um reforço de pessoal e nenhum trabalhador será despedido”, revelou o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, em entrevista ao programa Conversa Capital da Antena 1 e Jornal de Negócios.

A transportadora tem cerca de 700 trabalhadores e a sua frota vai aumentar de três para 26 Embraer. “Precisará de muitas pessoas”,  salientou o ministro, sem, no entanto, quantificar o número, porque, adiantou, ainda não está fechado.

As necessidades de pessoal da Portugália, que decorrem da prevista expansão futura, abrem a porta aos pilotos e outros trabalhadores da TAP que vierem, entretanto, a ser despedidos. “A Portugália vai contratar, não podem haver passagens diretas, mas vamos ver se do ponto de vista legal é possível privilegiar a experiência na TAP”, adiantou Pedro Nuno Santos.

O plano de restruturação da TAP, entregue na última quinta-feira em Bruxelas, “incorpora uma transformação significativa da operação da TAP, de forma a garantir a viabilidade e sustentabilidade da companhia no médio prazo”. A reestruturação obrigará ao fecho de um quarto das rotas o despedimento de mais de dois mil trabalhadores, e cortes salariais progressivos até 25% a todos os restantes funcionários, sejam de terra, tripulantes ou piloto.

Na entrevista ao programa Conversa Capital da Antena 1 e Jornal de Negócios, Pedro Nuno Santos revelou que há uma proposta do sindicato dos pilotos da TAP no sentido de aumentar os cortes salariais em alternativa aos despedimentos. “Cortes salariais maiores, menos despedimentos, sim”, afirmou, admitindo analisar essa proposta e outras que venham a ser feitas. Mas deixou claro que o objetivo não é aceitar apenas uma redução salarial, porque o que a TAP precisa é de reduzir efetivos, que de futuro não serão necessários. E caso voltem a ser necessários, poderão ser novamente contratados, mas com menos ordenado e menos regalias.

“As saídas permitem que futuras entradas sejam feitas num patamar diferente”, quer do ponto de vista do “salário, quer das condições”, destacou.

Pedro Nuno Santos disse também não excluir que outros sindicatos e outras áreas da TAP possam avançar propostas idênticas às dos pilotos, embora todas tenham salários muito inferiores.

Ao programa Conversa Capital, Pedro Nuno Santos foi categórico sobre a aprovação do plano de reestruturação em Bruxelas: “não me passa pela cabeça outra coisa”. Conta ter o plano concluído em Bruxelas em fevereiro, plano esse que será executado já pela nova equipa de gestão. O processo de seleção, a cargo da empresa de consultoria global Korn Ferry, está em marcha, mas Pedro Nuno Santos preferiu não adiantar nomes.

Em Bruxelas ficará também decidido que parte dos 1,2 mil milhões de euros, que o Estado já adiantou à TAP, terá que ser devolvida e que parte terá que ser convertida em capital.

O CEO da euroAtlantic, Eugénio Fernandes, manifestou este domingo disponibilidade para cooperar com a TAP. Em entrevista ao Jornal Económico, o gestor adiantou que “uma parceria entre a TAP e a euroAtlantic seria de clara mais valia para ambas as companhias”.

 

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