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Pedro Nuno Santos diz que Estado “não veria com maus olhos” uma “parceria” entre Lufthansa e TAP

Governante falou pela primeira vez, publicamente, no interesse da Lufthansa na TAP, noticiado antes da pandemia da Covid-19. Mas o contexto mudou e “não é uma questão que esteja no imediato nas preocupações” do Governo.
  • Cristina Bernardo
10 Junho 2020, 21h00

O jornal alemão “Sueddeutsche Zeitung” noticiou em fevereiro que a gigante dos ares alemã Lufthansa ponderava entrar no capital da da portuguesa TAP. A informação não teve qualquer observação oficial pela transportadora aérea portuguesa e com a chegada da pandemia da Covid-19 a Portugal, o tema seguiu outra rota. Mas esta quarta-feira o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, disse que o Estado “não veria com maus olhos” uma “parceria”entre as duas companhias aéreas.

“O Estado português não veria com maus olhos uma parceria com a Lufthansa. Temos consciência que as companhias aéreas têm dificuldade em operar e sobreviver isoladamente”, afirmou o governante, quando questionado pelos jornalistas sobre as eventuais negociações entre as duas transportadoras, durante uma conferência de imprensa em Lisboa. A mesma conferência que serviu para explicar a autorização da Comissão Europeia ao Governo para auxiliar a TAP com um valor máximo de 1,2 mil milhões de euros.

Foi a primeira vez que um membro do Governo falou publicamente no interesse da Lufthansa na TAP, noticiado antes da pandemia. Em fevereiro, dias depois da notícia do jornal germânico, que também indicava que a United Airlines estava envolvida no interesse sobre a TAP, o semanário Expresso escreveu que as conversações entre Lufthansa, United Airlines e TAP, estavam numa fase preliminar, avançando “sem pressa”.

Contudo, o contexto agora é outro e face ao atual cenário de emergência nacional e também à crise no mundo da aviação comercial, Pedro Nuno Santos considerou: “A Lufthansa está a enfrentar um desafio tão grande como nós e é natural que as preocupações de curto-prazo sejam com a própria companhia”.

Por isso, o ministro das Infraestruturas desmistificou o tema e afirmou que o referido interesse na TAP “não é uma questão que esteja no imediato nas preocupações” do Governo. “Mas no futuro será importante estabelecer parcerias com outras companhias”, acrescentou.

Em nome do Governo, Pedro Nuno Santos esclareceu esta quarta-feira que o Estado está preparado para realizar a injeção de capital na transportadora aérea, embora ainda aguarde que “o acionista privado” aceite as condições apresentadas. Bruxelas permite que o Estado empreste 1,2 mil milhões de euros, mas Executivo acredita ser necessário um apoio de mil milhões de euros até ao final deste ano. O ministro também admitiu a possibilidade de a TAP ter de reduzir a sua dimensão.

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