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Pedro Siza Vieira: “Deixar cair a TAP era como deixar desaparecer a Autoeuropa ou pior”

Em debate no Parlamento, Pedro Siza Vieira considerou que a TAP é uma empresa estratégia e “uma das maiores exportadoras nacionais”, que contribui “muito” para o emprego qualificado e é “crítica” para o futuro da economia portuguesa.
  • António Cotrim/Lusa
11 Dezembro 2020, 12h02

O ministro do Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, defendeu esta sexta-feira que “deixar desaparecer a TAP era como deixar desaparecer a Autoeuropa ou pior”. Pedro Siza Vieira considerou que a TAP é uma empresa estratégia e “uma das maiores exportadoras nacionais”, que contribui “muito” para o emprego qualificado e é “crítica” para o futuro da economia portuguesa.

“Deixar desaparecer a TAP era como deixar desaparecer a Autoeuropa ou pior. A TAP faturou o ano passado 3.400 milhões de euros e fez compras a 1.700 empresas portugueses, sem ser combustível. A TAP é uma das maiores exportadoras nacionais e (…) contribui muito para a economia nacional e para o emprego qualificado em toda a cadeia de valor”, referiu Pedro Siza Vieira, num debate sobre política setorial, na Assembleia da República.

O ministro respondia assim a uma questão colocada pelo deputado do CDS-PP João Gonçalves Pereira sobre o plano de reestruturação da TAP, que foi entregue esta quinta-feira em Bruxelas e que prevê uma redução da frota, a saída de trabalhadores e cortes salariais. João Gonçalves Pereira classificou este plano como o “maior despedimento público desde 25 de Abril de 1974” e quis saber qual o impacto da companhia aérea na economia nacional.

Pedro Siza Vieira explicou, apesar de não ter sobre a sua responsabilidade o dossier da TAP, o plano de reestruturação foi apreciado em Conselho de Ministros e “todo o Governo está solidário” com a solução encontrada. “Esse plano de reestruturação foi acompanhado no Governo pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação e pelo ministro das Finanças, mas foi colocado à apreciação do Conselho de Ministros”, explicou.

E acrescentou: “Naquilo que o Conselho de Ministros pôde apreciar, o plano que lhe foi presente e que agora terá de ser discutido pela Comissão Europeia, aborda todas as questões relevantes, desde as estimativas de tráfego até ao custo e capacidade operacional da empresa para permitir ao Governo perceber que o apoio que se possa justificar a uma empresa estratégica não é feito sem assegurar se essa empresa se mantém viável a longo prazo”.

O ministro do Estado e da Economia salientou que, tal como a TAP, também outras companhias aéreas europeias e mundiais apresentaram planos de reestruturação face à crise provocada pela Covid-19.

No caso português, esse plano terá sido apreciado pelo Conselho de Ministros “em duas perspetivas”: a TAP é “uma empresas estratégica para a economia portuguesa” e justifica-se “manter essa companhia ao serviço de Portugal e da economia portuguesa” e há “perspetiva, condições e meios para colocar a TAP num caminho de sustentabilidade económica e de viabilidade a longo prazo”.

“Com o gabinete de estudos e estratégia do Ministério da Economia e uma consultora internacional, estivemos a fazer a avaliação de quais são os setores críticos para o crescimento da economia portuguesa em função do impacto que a pandemia está a ter, porque a desaparecerem, o prejuízo seria muito elevado. Ambas as análises coincidem: o setor do transporte aéreo é dos mais críticos para o futuro da economia portuguesa e a TAP é, provavelmente, das empresas mais importantes para o país”, reiterou.

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