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Pedro Siza Vieira: “o cerne da transformação está na qualificação dos ativos”

O ministro da Economia e Transformação Digital apresentou esta sexta-feira, 18 de dezembro, o Programa Emprego+Digital, que já mobilizou as 22 associações da rede CIP e 23.500 mil trabalhadores da indústria. A lotação para a primeira edição desta iniciativa de requalificação profissional está praticamente esgotada.
18 Dezembro 2020, 14h33

O ministro de Estado e da Economia e da Transição Digital enfatizou esta sexta-feira, 18 de dezembro, o compromisso das empresas portuguesas com a digitalização. “O objectivo de 25 mil trabalhadores para o ano de 2021 já está comprometido em mais de 95%”, revelou Pedro Siza Vieira, no lançamento oficial do Programa Emprego+Digital.

O programa mobilizou as 22 associações da rede CIP e, até ao momento, 23.500 mil trabalhadores do sector industrial, como tinha adiantado ao Jornal Económico o secretário de Estado para a Transição Digital, André de Aragão Azevedo.

A requalificação dos trabalhadores é fundamental para responder à automação e transformação digital em curso no mundo, em que os empregos vão exigir maior incorporação tecnológica. O cerne desta transformação, salientou Pedro Siza Vieira “está na qualificação dos ativos, na grande massa de trabalhadores portugueses que estando nas empresas, nos mais diversos sectores de actividade estão agora confrontados com a necessidade de acompanharem o processo de transformação quer dentro das suas empresas quer na economia no seu todo”.

A alteração dos perfis tradicionais implica, segundo o presidente da CIP, António Saraiva, “a urgente adaptabilidade dos nosso trabalhadores, minimizando o impacto da digitalização da economia na população activa”. Um estudo realizado por esta confederação com a Nova SBE, no ano passado, e que constitui a mais completa radiografia feita em Portugal sobre o tema, conclui que metade do tempo despendido nas atuais atividades laborais pode ser automatizado com as tecnologias já existentes.

“O potencial grau de automação é enorme quando comparado com outros países”, salientou António Saraiva, adiantando que a automação e o crescimento económico por ela gerado poderão vir a criar entre 600 mil e mil milhões de novos postos de trabalho nos próximos dez anos. Isto obrigará 1,8 milhões de trabalhadores “a melhor as competências ou a mudar de emprego”.

“As empresas terão quer ser capazes de absorver essa evolução de uma forma tão célere quanto possível e integrar essas novas valências dos nossos profissionais”, explicou o presidente da CIP.  Só assim, justificou, poderão triunfar “num mundo em que os mercados são cada vez mais competitivos e exigentes” e “requerem uma resposta rápida e flexível na adaptação à  evolução tecnológica”

O projecto  Emprego+Digital, que agora arranca, resulta de uma parceria entre o Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP), a Estrutura de Missão Portugal Digital (EMPD) e a CIP – Confederação Empresarial de Portugal e representa um investimento de 6,3 milhões de euros, revelou a ministra do  Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Ana Mendes Godinho adiantou, esta manhã, a intenção do Governo de “replicar o programa” e que são três as principais áreas de aposta: digital, transição ambiental e social.

A indústria da cerâmica, de que a Vista Alegre, empresa com 2500 trabalhadores é um exemplo, aderiu ao programa, como todos os principais sectores de actividade, da metalurgia, aos têxteis e vestuário, passando pelo calçado. No grupo das 22 associações que disseram presente contam-se todas principais associações regionais, da Nersant à AERLIS, do Nerlei ao Nera.

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