Antes de mais, os meus votos de um bom ano de 2022 para todos os leitores do “Jornal Económico”, um ano decisivo para todos. Um ano que espero que seja o ano do fim da pandemia, desejo que penso ser unânime a todos os que me leem.

Escrevo estas linhas no contexto da aproximação de mais uma campanha eleitoral, provocada por umas eleições que ninguém quis, a não ser o radicalismo de muitas agendas. Umas eleições que surgiram num momento de recuperação, ou seja, quando o país menos precisava delas. Mas a democracia também se reveste destas particularidades e devemos encarar, sem receio, o momento em que os cidadãos são chamados a expressar o seu sentido de voto nas urnas.

O nosso sistema eleitoral não facilita a existência de maiorias, mas, neste momento, é o que todos precisamos: de uma maioria clara na responsabilidade.

Os debates eleitorais têm demonstrado que não devemos seguir as agendas radicais, que apenas a alguns interessa como, por exemplo, quando o Dr. Rui Rio discutiu a prisão perpétua. Mas vamos a factos e números, que é o que interessa ao leitor e que demonstram os resultados do trabalho que estava a ser feito antes de ter sido interrompido pelo tacticismo de certas forças partidárias.

De acordo com o INE – Instituto Nacional de Estatística, o emprego terá continuado a crescer em novembro, estando este indicador representado na descida de uma décima na taxa de desemprego (para 6,3%), de acordo com as estimativas, tendo população empregada aumentado em 0,3% em relação ao mês anterior e 3,1% comparativamente a um ano antes. São boas notícias para os portugueses, mas não as únicas.

De acordo com uma notícia publicada recentemente pelo Jornal Económico, o ISEG prevê, em 2022, que se dê um crescimento da economia entre 4,8% e 5,8%, destacando a procura interna como principal impulsionador deste crescimento, sobretudo o consumo privado (5%), o consumo público (3%) e o investimento (10%). Entendo que esta previsão acaba por ser o reflexo de um conjunto de medidas adotadas pelo Governo liderado pelo Partido Socialista e fruto de um esforço contínuo de implementar políticas de pulso, para fazer face aos desafios económicos e sociais causados pela crise pandémica.

O documento do ISEG aponta ainda para a retoma da procura turística externa e ainda para a evolução do investimento, que se espera ser parcialmente suportada pelos pacotes financeiros do PRR, pelo encerramento do Portugal2020 e início do Portugal2030.

Quanto aos indicadores de confiança, em dezembro de 2021, o relatório refere que existem indicadores qualitativos de confiança na construção, em máximos do ano, prevendo-se que a atividade deste sector volte a crescer mais substancialmente depois do primeiro trimestre de 2022.

Também na Indústria os indicadores são no sentido da recuperação e, no âmbito do crescimento, verificou-se uma razoável recuperação dos sectores do alojamento e restauração, não obstante a confiança ter descido devido à vaga pandémica que todos sabemos ocorrida em dezembro.

Todos estes são bons indicadores de que nos encontramos no caminho certo, na certeza de que este é um caminho que só pode continuar a ser conseguido com estabilidade. E por isso, temos de ser claros, ao afirmar que, para bem da economia, uma maioria absoluta é o melhor que pode acontecer ao país. A responsabilidade pede essa maioria.