A SAG – Soluções Automóvel Globais anunciou na terça-feira, 30 de abril, ter alcançado um acordo que permite vender à Porsche a principal empresa do grupo, a SIVA, por apenas um euro, tal como o Jornal Económico noticiou. De acordo com o comunicado enviado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a operação da venda da SIVA só se tornou possível depois de a banca ter perdoado 16.049.634 de euros de dívida bancária à SAG e 100 milhões à SIVA.
O perdão da dívida bancária superior a 116 milhões de euros decorre de dois processos especiais de revitalização com o apoio da bancos credores. Só assim, com o perdão de grande parte da dívida do grupo automóvel SAG, cujo maior acionista é o empresário João Pereira Coutinho, é que a venda da SIVA se tornou possível.
De acordo com o documento da CMVM, os bancos credores da SAG são BCP, BPI e Novo Banco. E, segundo o semanário “Expresso”, está assim previsto o perdão de 10 milhões de euros pelo BCP; 5,3 milhões pelo Novo Banco; e 466 mil euros pelo BPI. Por receber ficarão 57 milhões de euros, cuja dívida será saldada com o pagamento de um milhão de euros até 2029 – ano em que serão reembolsados 47 milhões de euros.
No caso da SIVA, o perdão de 100 milhões de euros poderá aumentar para valores mais elevados, caso isso seja necessário para a principal empresa do grupo SAG ficar com uma situação patrimonial positiva. Este perdão envolve também BCP, Novo Banco e BPI e, ainda, a Caixa Geral de Depósitos. Primeiramente, o que está previsto é o perdão 100 milhões de euros e diferir para mais tarde o pagamento de outros 20 milhões de euros. O passivo total da SIVA ronda os 166 milhões de euros.
O valor total do perdão da dívida bancária tem particular relevância, quando a dívida líquida consolidada no final de dezembro de 2018 era de 129,1 milhões, registando um aumento de quatro milhões em relação ao valor do final do ano de 2017.
Ontem, a SAG apresentou também ao mercado os resultados de 2018, tal como o Jornal Económico noticiou, bem como o lançamento de uma oferta pública de aquisição. No ano passado, o grupo obteve um resultado líquido consolidado negativo de 176,9 milhões de euros. Os capitais próprios registados são 169,2 milhões negativos.
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