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“Perdemos a nossa libido coletiva”. Juncker receia populismo e lamenta falta de solidariedade entre europeus

“Nós, os europeus, não sabemos o suficiente uns sobre os outros. As pessoas na Lapónia não fazem a mínima ideia daquilo que motiva as pessoas na Sicília”, afirmou o luxemburguês de 64 anos, a um jornal alemão esta sexta-feira. Juncker receia que a falta de solidariedade entre os Estados da UE contribua para a ascensão do populismo.
  • Christian Hartmann/Reuters
3 Maio 2019, 12h21

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker afirmou que os europeus perderam a “libido coletiva”, aludindo à solidariedade entre os países da União Europeia (UE) e que isso contribui para a crescente corrente de movimentos e partidos populistas, numa entrevista ao jornal alemão “Handelsblatt” esta sexta-feira, 3 de maio.

A poucos meses de abandonar o cargo de presidente da Comissão Europeia, Juncker recorreu à ideia da “libido” para avisar o perigo de os Estados-membros não encontrarem formas de agirem em torno de um interesse comum.

Para o presidente da Comissão Europeia, a “libido coletiva” sentiu-se no pós-Segunda Guerra Mundial, refere Juncker, mas que hoje esse sentimento já não existe. E lamentou não haver, atualmente, formas de “os europeus se apaixonarem uns pelos outros, mais do que em 1952”.

“Deixámos de nos amar uns aos outros. Perdemos a nossa libido coletiva”, assim disse Juncker. Para o dirigente politico, a “União Europeia precisa de ter regras conjuntas para todos”, levando a que os Estados-membros da UE estejam “atentos às sensibilidades de cada um”.

“Nós, os europeus, não sabemos o suficiente uns sobre os outros. As pessoas na Lapónia não fazem a mínima ideia daquilo que motiva as pessoas na Sicília”, acrescentou o luxemburguês de 64 anos.

Quando questionado se o Brexit  “foi o começo do fim de uma Europa unida”, Juncker explicou que se trata de um “caso especial”.  “Se ao longo de quatro décadas fazemos um país sentir que não pertence, realmente, à união, é normal que a decisão de sair seja uma consequência lógica”, comentou.

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