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“Perdemos toda a confiança”. Sindicato dos pilotos quer afastar administração da Ryanair

“Perdemos toda a confiança na atual liderança e gestão e na sua capacidade de liderar a empresa num ambiente sindical”, anunciou o Sindicato dos Pilotos da Aviação da Aviação Civil.
  • Francois Lenoir / Reuters
19 Setembro 2018, 16h05

O Sindicato dos Pilotos da Aviação da Aviação Civil (SPAC) defende a substituição da administração da companhia aérea ‘low cost’ Ryanair, liderada por Michael O’Leary.

Esta é uma posição tomada hoje em conjunto com mais 13 sindicatos europeus de pilotos da Ryanair, o RTPG – Ryanair Transnational Pilot Group (Grupo Transnacional de Pilotos da Ryanair).

Na véspera da realização de uma assembleia geral de acionistas da companhia aérea irlandesa, o SPAC emitiu há minutos um comunicado em que, “enquanto pilotos profissionais, decisivos para o futuro e sucesso da nossa companhia aérea”,  assume que “perdemos toda a confiança na atual liderança e gestão e na sua capacidade de liderar a empresa num ambiente sindical.

“Esta falha de liderança é agravada por uma aparente falta de supervisão da administração, do presidente e de administradores não executivos, o que permitiu o agravamento da atual situação negativa e do ambiente de incerteza”, acrescenta o referido comunicado do SPAC.

“Por conseguinte, enquanto ‘stakeholders’ na Ryanair, com interesse comum na saúde e sucesso da empresa, os pilotos propugnam que os acionistas, na sua assembleia geral anual, substituam a atual liderança”, defende o referido comunicado.

O comunicado do SPAC reforça: “a Ryanair precisa de líderes competentes que estejam focados num futuro claro e diferente, em vez de seguirem um modelo de emprego falhado, que resultou no colapso das nossas operações em setembro de 2017”.

O SPAC admite ainda que “a relação entre a gestão da Ryanair e os seus funcionários tornou-se totalmente disfuncional, estando agora a colocar em risco o sucesso contínuo da empresa”.

“Independentemente das reivindicações de reconhecimento sindical e de melhorias do relacionamento com os funcionários, a abordagem feita sob a liderança de Michael O’Leary ao longo de mais de 20 anos permanece inalterada. A gestão parece incapaz de falar de boa fé com os seus próprios funcionários. As suas ações até hoje são vistas por nós como sendo frequentemente intimidantes e antagónicas. São também vistas como uma causa para perturbação nas operações e agitação laboral ao invés de criarem um ambiente de trabalho positivo e coeso para o futuro”, revela o comunicado do SPAC.

O sindicato dos pilotos avança que “embora os pilotos tenham sido fundamentais para o modelo de negócio bem-sucedido da Ryanair, não há dúvida de que o modelo de emprego promovido pela atual liderança e gestão fracassou”.

“Há uma necessidade urgente de ter uma equipa de gestão capaz de se adaptar às necessidades futuras da empresa, de se envolver de forma adequada com os seus funcionários e de garantir condições para ter um negócio sustentável e lucrativo para o futuro”, insiste o SPAC.

E o sindicato alerta: “caso se perca esta oportunidade, será difícil de atingir um bom ambiente laboral enquanto for mantido o estilo de gestão desatualizado prosseguido até agora e tanto os funcionários como os acionistas da Ryanair pagarão um preço desnecessário por tal falha durante muitos anos”.

Este comunicado foi divulgado há minutos pela direção do SPAC enquanto representante dos pilotos da Ryanair em Portugal, tornando pública uma declaração subscrita pelas estruturas representativas dos pilotos da companhia, estando a ser divulgada hoje, dia 19 de setembro, em toda a Europa.

“Esta declaração é emitida em nome dos pilotos da Ryanair – um grupo leal de trabalhadores que construiu a empresa até à data e que é essencial para o sucesso contínuo da mesma. Um dia antes de os acionistas da Ryanair se reunirem para analisarem a gestão da empresa, somos obrigados a levantar uma questão de preocupação primordial”, resume o referido comunicado do SPAC.

 

 

 

 

 

 

 

 

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