Face ao período de seca que Portugal atravessa, em que 54% do território se encontra em seca moderada e 34% em seca severa, o Governo decidiu aplicar medidas que limitam o uso da água das barragens “que já têm volumes de armazenamento abaixo da média e que são usados para a produção de eletricidade”.
“Fixámos quotas mínimas para o volume de água necessária e garantindo que teremos sempre água para o consumo humano para dois anos”, explicou João Matos Fernandes.
Em conferência de imprensa, esta terça-feira, após a reunião com a Comissão Permanente da Seca, o ministro do Ambiente e da Ação Climática (MAAC), anunciou que as restrições para o uso de água serão apenas aplicadas a quatro barragens, todas elas sobre a tutela da EDP: a barragem do Alto Lindoso/Touvedo, Alto Rabagão, Vilar/Tabuaço, Cabril e Castelo de Bode. A estas infraestruturas “foram dadas ordens para que não seja utilizada água para a produção de eletricidade, exceto os valores mínimos”. Assim, vão poder funcionar apenas duas horas por semana, e apenas por questões técnicas.
Além das restrições a estas quatro barragens, o MAAC anunciou que, no que diz respeito à rega, foi imposta uma restrição à barragem da Bravura, no Algarve, onde a partir de hoje deixa de ser possível fazer rega a partir desta infraestrutura. No final do mês, será feita uma reavaliação do estado da seca em Portugal e estudada a necessidade de serem reforçadas estas medidas.
São estas as barragens que mais preocupam a comissão de acompanhamento da seca, segundo o ministro, porque há outras “com água acima da média, que conseguem compensar as restrições impostas nestas”.
“Acreditamos que temos a possibilidade de continuar a transferir agua a partir do Alvqueva para outras barragens e para a rega”, frisou Matos Fernandes, acrescentando estar ainda disponível a “a disponibilidade hídrica da bacia do douro, com duas barragens muito próximas do seu nível de armazenamento, que são a barragem do Baixo Sabor e a barragem do Tua”.
Face ao agravamento da seca em Portugal, o ministro não esconde os sinais de preocupação, uma vez que fevereiro será, também, “um mês de pouca chuva” e que a percipitação em território nacional só deverá voltar à normalidade em março.
“É verdade que o país está em seca. Todos temos que estar preocupados para que consumamos a menor quantidade de água possível nos usos mais intensivos como a agricultura, industria, consumo humano e urbano”, apelou, frisando não achar ser ainda necessário “tomar medidas genéricas para o país”.
“Pedimos este cuidado com o uso de um bem que é escasso. Não podemos fazer desperdicio deste recurso”, disse.
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