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Peso do petróleo na economia e austeridade do FMI explicam recessão em Angola este ano

O analista da consultora Capital Economics que prevê uma recessão de 2% para Angola explicou hoje à Lusa que a produção e os preços do petróleo, para além do programa do FMI, justificam a estimativa.
3 Fevereiro 2019, 15h09

“Todos os números que temos sugerem que a produção de petróleo foi fraca no final do ano passado e continuará fraca este ano”, disse John Ashbourne em entrevista telefónica à Lusa a partir de Londres, a sede da Capital Economics, a única consultora que prevê uma recessão económica para Angola este ano.

“Este ano, os volumes de produção serão menores que em 2018, o que terá uma enorme influência no Produto Interno Bruto”, disse o analista, quando questionado sobre a razão de prever mais uma contração para a economia angolana, quando todas as instituições internacionais apostam no regresso ao crescimento já este ano, depois de três anos de recessão.

“A outra coisa que nos torna pessimistas é o preço do petróleo, que será mais baixo do que em 2018”, afirmou, acrescentando que “isso implica uma queda nas receitas fiscais, nos níveis de produção, nas exportações, e tudo isto vai acontecer no contexto de um programa com o Fundo Monetário Internacional, ao abrigo do qual as autoridades se comprometeram a apertar a política orçamental”.

Para John Ashbourne, “cumprir o programa já seria doloroso num ambiente externo favorável, mas eles vão ser forçados a aplicar o programa num ambiente externo difícil”, vincou o analista da Capital Economics, a primeira consultora a prever uma recessão económica em 2016, no seguimento da descida dos preços do petróleo desde o verão de 2014.

O analista admite que, ainda assim, “é possível que a economia”, mas mantém a previsão: “Não acho que cresça de forma muito significativa, e a nossa previsão central é que haverá uma contração este ano”.

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